Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Essa reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) vai ser diferente das outras. Isto porque, normalmente, o mercado forma um consenso sobre o que deverá decidido sobre os juros na reunião do comitê. Dessa vez, no entanto, há uma clara divisão: cerca de 55% dos principais bancos e consultorias prevê uma queda de apenas 0,25 ponto percentual na Taxa Selic. A outra parte, projeta que os juros, hoje em 10,75%, cairá 0,50 ponto percentual.

Mas o que houve dessa vez? O Banco Central costuma informar os próximos passos a serem dados, dando previsibilidade ao mercado. A ata do último encontro do Copom apontou que haveria um corte da mesma magnitude na reunião seguinte. Ou seja, a Selic seria novamente reduzida em 0,50 pp agora.

No entanto, no meio do caminho entre uma reunião e outra, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, deu uma entrevista em Nova York mudando um pouco o entendimento, diante de aumento das incertezas no contexto internacional e nacional. Campos Neto traçou quatro cenários, um deles previa a queda de 0,25pp.

Na minha opinião, não há motivo nenhum para reduzir o ritmo e fazer um corte menor do que 0,50 pp. Apesar das novidades, da mudança de meta fiscal pelo governo e de um problema aqui e outro ali que surgiram nesse período, o fato é que os juros ainda estão muito altos: 10,75%, com a inflação que está rodando abaixo de 4%. O último boletim Focus mostrou uma piora na expectativa da inflação, mas dentro do controle. Claramente, os juros ainda é muito e poderia ser reduzido para 10,25% Mas o que o Banco Central vai fazer, está todo mundo em dúvida. Pelo menos uma parte do mercado ficará surpresa.

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