Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Após reuniões com produtores locais, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirma que não haverá desabastecimento nacional de carne de frangos e de suínos por conta da grave situação do Rio Grande do Sul. Segundo Ricardo Santin, presidente da associação, grande parte das plantas voltou a funcionar na terça-feira. Três continuam fechadas. Houve perda de animais, mas o total do prejuízo ainda não foi contabilizado.

- Estamos vendo progresso, algo ainda longe da normalidade. Fábricas retomaram o abate, mas há dificuldade de mão de obra por conta da situação dramática dos funcionários. A energia está voltando, então começa a ter minimamente uma retomada, mesmo que não seja nos níveis normais. Alguns locais estão operando com 40% da capacidade de produção.

Segundo ele, a maior dificuldade do setor é a questão de logística, tanto para escoamento da produção como para chegada dos grãos.

- Não cabe mais dizer que haverá desabastecimento. O certo é o comprometimento do abastecimento no Rio Grande do Sul por questões de logística. Perdemos animais, ainda estamos vendo a questão da cadeia produtiva, pode ter atraso. O Rio Grande do Sul não é um estado que vende para os outros estados. Pelo contrário, o Rio Grande do Sul compra de outros estados, como Santa Catarina e do Paraná. Então, não é algo que vá prejudicar o abastecimento nacional.

O Rio Grande do Sul responde por 11% da produção de carne de frango e 19,8% da produção de suínos nacional, volume que é destinado ao próprio estado e para a exportação.

De acordo com o governo estadual, no ano passado, as carnes de frango e de porco estavam na lista dos dez produtos mais vendidos pelo estado para o exterior, totalizando um comércio de US$ 1,45 bilhão e US$ 637,4 milhões, respectivamente.

- Os contratos de exportação terão que ser negociados. As produções gaúchas, com certeza, serão priorizadas para o estado.

Santin disse que, a princípio, não haverá aumento de preço das carnes, mas não é um assunto que o setor está discutindo.

- Nós não estamos nem avaliando, nem queremos falar em preços sem a população ter segurança alimentar. Ninguém sabe qual vai ser a extensão desta crise. O setor tem muita resiliência, essa crise é maior até do que a greve dos caminhoneiros e de outras.

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