Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Os dados do emprego nos Estados Unidos bem acima do esperado pelo mercado derrubaram a bolsa e levou o dólar a ter mais um dia de alta. A Ibovespa fechou preliminarmente com queda de 1,72%. Às 16h21, a moeda norte-americana alcançou a máxima do dia: R$ 5,324, uma alta de 1,42%. Acabou fechando em alta de 1,42%, cotado a R$ 5,32, o maior valor desde janeiro de 2023. A moeda já subiu quase 10% em 2024. O índice DXY, indicador que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de outras moedas, teve alta de 0,79%.

Os Estados Unidos criaram 272 mil vagas de empregos em maio, resultado que ficou bem acima do número revisado de 165 mil vagas abertas em abril e também bem acima das expectativas, segundo o Bureau of Labor Statistics. O número também fica acima da média mensal de geração de empregos dos últimos 12 meses (232mil).

Para Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, o resultado acabou com o otimismo do mercado, que após o Banco Central Europeu ter iniciado o processo de cortes de juros, se animou com a possibilidade de passar a fazer o mesmo já em setembro.

- Mas com os dados atuais do payroll, as chances de corte em setembro diminuíram bem, e isso impacta principalmente os países emergentes, que veem uma saída do fluxo do investidor estrangeiro, mantendo o pessimismo visto nos últimos dias.

Alexandre Viotto, head de banking e câmbio da EQI Investimentos, já começa a acreditar que talvez nem tenha queda de juros este ano.

- Depois dos dados do payroll saindo acima das expectativas do mercado, eu acho que o Banco Central americano não vai ter muito espaço para fazer redução de juros. Eu, pessoalmente, já começo a acreditar que talvez nem tenha queda esse ano. Talvez uma lá em dezembro, mas a inflação segue persistentemente acima da meta de 2% do FED, tende a ficar resiliente por mais tempo.

O dólar comercial operava perto da estabilidade no início das negociações desta sexta-feira , mas o relatório de emprego foi o grande vetor para o dólar na sessão desta sexta e surpreendeu positivamente.

- Com o verão chegando nos EUA, as contratações voltaram a subir, um movimento não totalmente esperado - lembra Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank.

Semana difícil

Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos, analisa que ao longo de toda a semana foram ocorrendo alguns estouros em países emergentes em geral e acabou tendo uma saída um fluxo de saída muito grande de países emergentes. E o Brasil acabou entrando nessa toada.

- Começou no México por conta da eleição da presidente, depois seguiu na Índia também por conta de uma eleição e teve ali uma questão na Argentina de uma briga do presidente com o Congresso. Então tudo isso foi deixando o ambiente político desses países emergentes mais tensos e acabou tendo um fluxo negativo de saída de dinheiro desses países.

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