Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Informações da coluna

As vendas do comércio registraram a sua quarta alta consecutiva, de 0,9% em abril em comparação a março, se mantendo no maior nível da série histórica. Em relação a abril de 2023, a variação é de 2,2%, sendo a décima primeira variação positiva na comparação interanual. De janeiro a abril, o crescimento acumulado é de 4,9%. Em 12 meses, a variação é de 2,7%, segundos os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. O resultado de abril, no entanto, ainda não captou os reflexos das chuvas no Rio Grande do Sul. A expectativa é que o varejo tenha uma variação negativa em maio no estado gaúcho, o que pode levar a perda do ímpeto do dado nacional.

O resultado do varejo reforça a leitura de que a atividade econômica continua forte no início do segundo trimestre. O que já apontava a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada na quarta-feira, que apurou um crescimento de 0,5% do setor em abril.

- Há muitos fatores favoráveis ao varejo este ano. Houve o aumento real da renda, o mercado de trabalho bem aquecido e mostrando uma certa resiliência, o reajuste do salário mínimo foi acima da inflação, os juros, apesar de começara desacelerar essa redução agora, já houve um alívio para o bolso dos consumidores principalmente com a questão de endividamento. Então são muitos fatores que trouxeram esse aquecimento em 2024 para o setor. Mas esse resultado ainda não tem o efeito do Rio Grande do Sul. Ainda não se sabe quais serão os desdobramentos do Rio Grande do Sul, além o dado local, há impacto na logística, escoamento de alimentos na região que vão ter impacto no resultado nacional de maio. Essa tendência tão positiva pode desacelerar nos próximos meses - pondera Georgia Veloso, pesquisadora do FGV Ibre.

Assim como aconteceu com serviços, o crescimento foi disseminado. Cinco das oito atividades pesquisadas tiveram resultado positivo. As demais mantiveram-se praticamente estáveis. Nos destaques positivos estão: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,2%), Móveis e eletrodomésticos (2,4%), Combustíveis e lubrificantes (2,2%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,6%).

O resultado de abril é bem positivo e bem disseminado, mas a gente já observa ali que as altas mais expressivas, são um pouco de rebote dos meses anteriores. Alimentos e bebidas de fumo, equipamento de escritório de informática eram segmentos que vinham de queda. Alimentos, inclusive, vinham de duas quedas consecutivas. Então, esses resultados mais expressivos são mais vistos como um rebote de resultados negativos de meses anteriores. Mas, de maneira geral, o resultado positivo é disseminado no setor - diz Georgia.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, projeta uma alta de 1,8% para o varejo ampliado neste ano. Com os números de atividade de abril fechados, o economista estimas que os avanços dos serviços e do varejo devam contrabalançar o recuo na indústria, e estima o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) ficará 0,8% no mês.

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