Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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O apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial na análise da situação do Rio Grande do Sul e no desenvolvimento de propostas para reconstrução do estado é muito bem-vindo. Entrevistando o Ilan Goldfajn, brasileiro, ex-presidente do Banco Central e que atualmente ocupa a presidência do BID, ele revelou que nos últimos anos, os principais pedidos de ajuda ao banco chegam, justamente, após desastres climáticos.

Não à toa, esses bancos multilaterais criaram grupos de especialistas em diferentes tipos de desastres climáticos, que trarão agora para estudar a situação gaúcha. A equipe, formada por 16 representantes do BID e seis do Banco Mundial , desembarca no Rio Grande do Sul no dia 17 de junho para trabalhar em conjunto com os governos federal e estadual. São especialistas que já atuaram nos terremotos no Haiti, em 2010, e no Equador, em 2016 e vários outros desastres climáticos ou naturais mundo afora.

Em entrevista ao Valor, Sophie Naudeau, gerente de operações do Banco Mundial no Brasil, explicou que todos esses estudos de reconstrução serão doados. Ela conta que experts - que já participaram da avaliação de danos e da reconstrução em outros países - vão analisar o real tamanho do desastre no estado para apontar quais devem ser as prioridades de atuação superada a atual situação de emergência. Será preciso, explica a executiva, avaliar inclusive o que será e o que não deverá ser reconstruído entendo que deverão ser implementadas medidas que preparem a região para que seja mais resiliente as mudanças climáticas no futuro.

Esses estudos são importantes inclusive porque poderão basear pedidos de financiamento. Tanto BID quanto o Banco Mundial têm linhas de crédito, de transferências, de financiamentos subsidiados que podem ser usados não só para recomposição dos danos materiais, mas também dos impactos sociais dessa tragédia.

Será preciso reconstruir casas, mas também a economia, gerar emprego. E toda a ajuda é bem-vinda e, aliás, há outras cooperações internacionais chegando e em curso. Tem uma equipe da Holanda já no Rio Grande do Sul que tem muito a ensinar. Vivendo em um país abaixo do nível do mar, os especialistas holandeses desenvolveram tecnologias e diferentes estratégias diante do risco que às águas tomem boa parte do seu território.

O Brasil é membro do Banco Mundial e um dos maiores integrantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento, então, essa cooperação não só é bem vista como esperada. É dessa forma que funcionam os bancos multilaterais, atuando em cooperação com os países.

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