Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Que o governo analisava corte de gastos, a gente já sabia. Mas a ministra do Planejamento, Simone Tebet, detalhou, em entrevista publicada no GLOBO, nesta sexta-feira, o que está em discussão. Ela revelou que tudo está na mesa, inclusive, a revisão da previdência dos militares. Essa será uma briga de bom tamanho.

Os militares dizem que não se aposentam, vão para reserva e, assim, continuam à disposição, portanto, para eles não se trata de previdência. Eles têm várias vantagens de fato, comparados aos aposentados pela Previdência "civil". Em paralelo a Reforma da Previdência, feita no governo Bolsonaro, foi realizada a chamada Reforma dos Militares. No entanto, em lugar de cortar gastos, a medida aumentou o desembolso do governo.

Outro ponto sensível, esse para discussão inclusive com o PT, o partido do presidente, será a desvinculação de benefícios previdenciários do salário mínimo. A ministra deixou claro que não vai mexer na indexação das aposentadorias e pensões na entrevista concedida a Geralda Doca, Thaís Barcellos e Manoel Ventura.

No governo Lula há um compromisso de que o salário mínimo suba acima da inflação, ou seja, tenha ganho real, e isso tem desdobramentos no gasto previdenciário. Vários especialistas, como o economista Bráulio Borges, que entrevistei esta semana, propõe essa desindexação.

Tebet disse que não mexerá com os aposentados, mas que outros benefícios, como BPC, abono salarial, seguro desemprego e auxílio doença podem ser desindexados do salário mínimo. Esses benefícios devem ter, por certo, uma forma de proteger o seu valor, mas não isso significa ter aumento real, é isso que ela está falando e que também é defendido por vários economistas.

A ministra não tem pela frente nenhum assunto fácil, a discussão sobre os mínimos constitucionais de saúde e educação também não terão um debate simples. Mas o fato é que como estão determinados , com um desembolso mínimo constitucional de 15% para saúde e 18% para educação, sobre bases de cálculo diferente para cada rubrica, podem vir a inviabilizar a gestão orçamentária e comprometer o arcabouço fiscal, afirma a equipe econômica. O que está se propondo é que essas despesas não cresçam mais do que os 2,5% teto estabelecido para os gastos do governo pelo arcabouço fiscal.

Durante a entrevista Tebet conta ainda como ela e Haddad têm agido em dupla. Ela falou que quando o Haddad está mais "cabisbaixo", ela fala assim "toma um chá de energia, que hoje eu estou bem". Quando é ela quem está "mal", contou, é o misto que a ajuda. É bom quando a equipe econômica age na mesma direção e com uma boa relação entre eles, ainda mais quando há tantos desafios postos.

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