O consumo das família continua sendo o grande motor propulsor do PIB brasileiro. O indicador teve maior crescimento mensal este ano em maio quando teve alta de 1,6% em relação a abril. No trimestre fechado em maio, subiu 4,6%. A boa notícia para o futuro, no entanto, está no crescimento do investimento, em máquinas, construção e equipamentos. A taxa de investimento do mês foi de 18%, a maior desde novembro de 2022 e ainda pouco acima da média apurada desde 2000. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu 0,5% em maio e 4,5% no trimestre móvel fechado naquele mês, aponta os dados do Monitor do PIB, divulgado nesta terça pelo FGV Ibre. Está certo que a base de comparação é baixa, 2023 fechou com um recuo de 3% nos investimentos, mas o fato é que esse crescimento é importante para o aumento do potencial futuro do PIB brasileiro.
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- A taxa de investimentos mede a FBCF/PIB. Por isso que é sempre desejável que ela esteja elevada pois, mostra que a economia cresce com base em investimentos. Essa taxa aponta a sustentabilidade do crescimento no médio e longo prazo, com aumento da capacidade produtiva - explica a economista Juliana Trece, coordenador do Monitor do PIB.
A estimativa do Boletim Macro do FGV Ibre é de um crescimento nos investimento de 4,3% fechado no ano. E até maio tudo apontava para a confirmação desse cenário, diz a economista. O encerramento do ciclo de corte de juros, a valorização do dólar, no entanto, podem ameaçar o ritmo dos investimentos, avalia:
- Teremos uma variação positiva dos investimentos este ano, não há dúvida. No entanto, ainda é uma incógnita se o ritmo de investimento será o mesmo diante do encerramento do ciclo de corte de juros, em junho, o que manterá a taxa por tempo indeterminado ainda em patamar alto, e de condições externas que têm levado o dólar a se valorizar. Isso porque tudo isso encarece a compra de máquinas e de equipamentos. Por isso, será preciso observar nos próximos meses como se comportará esse indicador. Até aqui a produção ainda estável e o consumo com ímpeto, nesse contexto o investimento para ampliar a produção parece ainda mais importante - diz a economista.
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Juliana chama atenção que em maio houve um crescimento nas importações, com destaque para os bens de capital e intermediários, ou seja, aqueles usados para a produção, o que é uma boa notícia.
- Isso significa que a nossa indústria está investindo, de certa forma, é um indício de que a capacidade produtiva deve aumentar nos próximos meses.
O monitor do PIB do FGV Ibre, aponta um crescimento da economia de 0,3% em maio. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, a alta é de 1,3% e 1,9% no trimestre móvel findo em maio. No acumulado de 12 meses, a variação é de 2,4%.