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Depois de várias reuniões durante o dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que a equipe econômica faça o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal neste ano e nos próximos. Disse ainda que o presidente autorizou a redução de despesas de R$ 25,9 bilhões de programas dos ministérios com um pente-fino para fechar as contas públicas de 2025, mas não deu muitos detalhes de como e onde serão feitos os cortes.
Na rede social X (antigo Twitter), o economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, disse que considerou as declarações de Haddad "muito positivas, na direção correta da responsabilidade fiscal, com respaldo do presidente Lula, para que se realizem as medidas necessárias ao cumprimento do Novo Arcabouço Fiscal".
Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos, concorda. Disse que a parte boa da fala do ministro é a própria sinalização por si só.
- Interrompe uma série de falas ruidosas do presidente que deixaram o mercado muito tenso e fez o mercado construir posições muito pessimistas. comprando dólar, aumentando a perspectiva de juros futuros e de inflação. E essa fala tanto que veio do Haddad como do presidente (Lula havia dito que responsabilidade fiscal é 'compromisso' e que governo 'não joga dinheiro fora'). O mercado hoje teve uma reação otimista, o real se valorizou a taxa de juros futuros caíram bastante.
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Por outro lado, Saadia considera que é preciso entender como o governo chegou a este número de R$ 26 bilhões a serem reduzidos.
- Acho esse número muito otimista. O mercado vai querer se debruçar para tentar entender de onde saiu esse número, porque é muita grana. E a gente é um pouco cético, porque sabe que não vai ser anunciada a desindexação da previdência, dos benefícios sociais previdenciários ao salário mínimo.
Depois do anúncio, Saadia disse que conversou com analistas também que estão muito curiosos de que áreas serão este corte. E lembra que o número que o Senado anunciou, de R$ 30 bilhões para compensar a continuação da desoneração, também é alto e deixou o mercado cético. Em conversa com Luciana Casemiro, o economista da XP considerou que a conta do Senado para medidas de compensação a desoneração pode ser muito otimista.
Segundo o diretor de investimentos da Nomos, a reunião bimestral no dia 22 de julho é que vai mostrar o real apetite do governo em atingir a meta fiscal.
- O valor de contingenciamento e bloqueios precisa ser suficientemente alto para que também não passe só de uma sinalização, que seja um ato concreto de que realmente o governo está disposto a cumprir a meta fiscal.