A tragédia climática que atingiu o Rio do Grande Sul pode levar a uma perda de R$ 58 bilhões para a economia gaúcha e de R$ 38,9 bilhões a de outros estados, o que pode somar um impacto de até R$ 97 bilhões para a economia brasileira este ano. Essa é a estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que calcula ainda a perda de 195 mil empregos no Rio Grande do Sul e de 110 mil em outros estados, totalizando um enxugamento de 305 mil vagas.
- O estudo é feito utilizando técnicas de equilíbrio geral. Na prática, buscamos simular uma “nova realidade” da economia considerando essas mudanças estruturais, o choque negativo provocado pela tragédia e os impactos positivos dos programas de reconstrução. A reconstrução do Rio Grande do Sul exigirá esforços contínuos e investimentos substanciais para restaurar a economia e os empregos perdidos - diz economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.
Na avaliação da CNC serão necessárias ações complementares ao pacote de apoio ao RS de R$ 46,1 bilhões anunciado pelo governo. A confederação divulgou, nesta quinta-feira, um documento com propostas para preservar empregos, medidas relativas ao crédito e impostos
- A rápida implementação das medidas de auxílio é muito importante para evitar efeitos prolongados e danos adicionais à economia brasileira como um todo -afirma José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.
Confira abaixo os principais pontos abaixo:
Preservação dos empregos:
- Redução proporcional da jornada de trabalho e salários
- Suspensão temporária de contratos com compensação financeira
- Flexibilização do trabalho remoto
- Antecipação de férias
- Utilização de bancos de horas
Acesso a crédito:
- Programa de crédito para pagamento de folha salarial
- Standstill para linhas de crédito públicas
- Renegociação de dívidas tributárias
- Redução a zero do spread bancário do BNDES
Alívio tributário:
- Diferimento de 6 meses para pagamento do Simples Nacional e impostos federais
- Criação do Programa Perse-RS, com redução de alíquotas para o setor de turismo até 2027