Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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GERADO EM: 17/07/2024 - 10:20

Inflação desacelera, mas indicadores econômicos preocupam.

A inflação desacelerou em julho, mas IGP-10 e IPC continuam em alta em 12 meses. Setor de saúde se associa para crescer. INCC também mostra descompasso. Juros e dólar podem afetar investimentos. Especialistas duvidam de limite de alíquota na Reforma Tributária. Alimentos em queda contribuem para índices, mas preços de passagens aéreas e roupas sobem.

A inflação desacelerou em julho tanto para o produtor, quanto para o consumidor final. É o que apontam o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgados hoje pelo FGV Ibre. No entanto, no acumulado de 12 meses ambos os indicadores continuam em aceleração. O IGP-10 acumula alta de 3,38%, a maior variação em 12 meses desde janeiro de 2023, quando foi de 4,27%. Já o IPC subiu 3,88% em 12 meses, maior alta para esse período desde outubro do ano passado. Índice oficial de inflação, o IPCA de junho, divulgado na semana passada, também apontava desaceleração na comparação mensal, mas mantinha ritmo mais alto em 12 meses. Nesta semana, no entanto, os analistas de mercado ouvidos pelo Boletim Focus, do Banco Central, fizeram um ligeiro ajuste para baixo para a previsão de inflação deste ano, medida pelo IPCA, de 4,02% para 4%.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) também mostra o mesmo descompasso. O indicador teve uma desaceleração em relação a junho, registrou variação de 0,54%, contra1,06% observada no mês anterior, com redução da pressão sobre materiais e mão de obra. Em 12 meses, o INCC registrou a maior variação desde junho do ano passado: 4,20% ante a 4,73%.

- Há uma descompressão da inflação no curto prazo. No longo prazo essa taxa ainda supera a de períodos mais recentes fazendo com que a taxa em 12 meses que ficou um longo período negativo volte a acelerar. E essa trajetória vai depender um pouco das outras dessas variáveis que vem apresentando maior volatilidade, como a política fiscal aqui no Brasil e sua repercussão junto na taxa de câmbio. Lembrando que quanto mais tempo o câmbio continua no atual patamar, atualmente, na faixa de R$ 5,40, mais tempo pode sustentar uma inflação que supera de igual período no ano passado, quando houve uma forte deflação de alimentos, que puxaram para baixo os índices de inflação - explica André Braz, coordenador de Índices de Preços do FGV Ibre.

A queda dos preços dos alimentos in natura foi a grande contribuição para os resultados de IGP-10 e IPC em julho, chama atenção Braz. No IPC, destaca, houve deflação nos alimentos, um recuo de 0,12% contra uma alta de 0,97% em junho. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação, além do grupo Alimentação, Habitação saiu de uma variação de 0,52% em junho para 0,14% em julho, Saúde e Cuidados Pessoais (0,75% para 0,41%), Transportes (0,37% para 0,28%) e Comunicação (0,26% para 0,08%).

As contribuições positivas para o índice vieram dos grupos Educação, Leitura e Recreação que avançou de uma alta de 0,22%, no mês passado, para 0,67% agora, Despesas Diversas (0,35% para 0,95%) e Vestuário (-0,20% para 0,18%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. As maiores influências vieram da aceleração de preços de passagem aérea, com alta de 3,53%, serviços bancários (1,79%) e roupas, que havia recuado em junho, mas agora avança 0,12%.

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