Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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O presidente Lula foi eleito se apresentando como candidato que defenderia a democracia contra todas as tendências golpistas que estavam ligadas ao adversário dele da época. Tendências que se confirmaram na tentativa de golpe de 8 de janeiro. Ao declarar apoio a Nicolás Maduro, afirmando que "não tem nada de anormal" nas eleições do país, Lula comete um erro não apenas de política externa, mas também na política interna. O presidente ataca seu próprio capital político.

O que aconteceu na Venezuela ao longo desses 25 anos do chavismo no poder foi a destruição por dentro das instituições democráticas, começando pela Justiça eleitoral. Por isso que o Conselho Nacional Eleitoral não pode ser o único árbitro da disputa eleitoral, como defendeu Lula em entrevista. É preciso transparência.

A Venezuela seguiu o enredo completo do que os grupos golpistas do bolsonarismo gostariam de ter feito no Brasil. Primeiro ataca as instituições e depois coopta as Forças Armadas. É assim que o chavismo consegue prevalecer durante tanto tempo na Venezuela. O que se vê, ao final dessa demolição, é uma ditadura.

Agora havia a promessa de Nicolás Maduro de que haveria transparência, dados auditáveis, observadores internacionais. E essa promessa foi feita dentro do Acordo de Barbados, do qual o Brasil foi um avalista. A assinatura desse acordo pelo governo venezuelano levou os Estados Unidos a suspenderem algumas sanções ao país.

Apesar de ter assinado o tratado, Maduro não cumpriu o prometido. Impediu a principal líder da oposição María Corina Machado de disputar as eleições, vetou a participação de observadores internacionais europeus que acompanhariam o pleito e agora não dá acesso às atas de votação. Quanto mais tempo ele ficar com as atas, mais tempo terá de fraudá-las. Não há nada de normal nas eleições venezuelanas.

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