As vendas do comércio do Rio Grande do Sul, em junho, tiveram uma alta de 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a média do país foi de 2,8%. O crescimento médio do faturamento do varejo foi ainda maior nas 30 cidades mais afetadas pelas enchentes: 7,5% em média. Isso é explicado pela necessidade de artigos de primeira necessidade depois das perdas impostas pela tragédia.
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O destaque ficou por conta da alta das vendas em postos de combustíveis, de 16,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Uma das hipóteses para esse salto é uma demanda reprimida por combustíveis, devido a questões de infraestrutura e logística, que possivelmente atrapalharam o abastecimento em algumas cidades. No topo do ranking estão ainda óticas e joalherias (onde estão incluídas semijoias e bijuterias) com um crescimento de 10,2%, o que pode ser efeito dos Dias dos Namorados. Na sequência, supermercados e hipermercados (8,5%), farmácias e drogarias (7,3%) e alimentação (bares e restaurantes) que registrou um aumento do faturamento de 4,7% em junho na comparação de interanual.
- As chuvas em maio castigaram todo o estado. Cidades ficaram isoladas e boa parte do comércio gaúcho fechou. A população correu para comprar artigos de primeira necessidade, encontrados em hipermercados, drogarias e postos de combustíveis. As pessoas fizeram estoques diante do receio de desabastecimento. Em junho, vimos uma espécie de reprise. O faturamento nesses setores continuou em alta, provavelmente influenciado pelo retorno das chuvas, ainda que em quantidades menores que as observadas em maio. Com o restabelecimento de parte do comércio, no último mês, outros segmentos registraram crescimento nas vendas. O Dia dos Namorados também colaborou para essa recuperação - explica Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.
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O levantamento da Cielo aponta que o segmento mais prejudicado foi o de turismo e transporte com uma queda do faturamento, em junho, de 15,1% na comparação interanual. Em Porto Alegre, o impacto sobre o setor foi ainda maior, com um recuo de 23,5%.