Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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GERADO EM: 11/07/2024 - 10:31

Varejo cresce impulsionado por necessidades essenciais

O comércio varejista apresenta crescimento surpreendente, impulsionado por artigos de primeira necessidade. Setores dependentes de crédito ainda patinam, mas previsões positivas mantêm projeções de crescimento para o setor.

O desempenho do varejo este ano vem surpreendendo os analistas superando mês a mês recordes da série histórica. As vendas em maio tiveram alta de 1,2% em relação a abril, a quinta alta mensal consecutiva. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o crescimento é de 5,6%. Existia uma preocupação do efeito das chuvas no Rio Grande do Sul sobre o indicador, que mostrou uma resiliência maior do que esperada, segundo os números divulgados hoje na Pesquisa Mensal do Comércios (PMC), do IBGE.

Artigos de primeira necessidade têm impulsionado o resultado, fruto de aumento de emprego e renda. Artigos de uso pessoal, farmacêuticos, hipermercados e supermercados estão no topo do ranking de vendas, mostram os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE. No entanto, setores dependentes de crédito, como móveis e eletrodomésticos, carros e produtos para construção civil ainda patinam este ano, apesar de alguns resultados positivos. A interrupção do ciclo de cortes de juros, em junho, e as fortes oscilações do câmbio podem pesar negativamente para esses segmentos, explica Georgia Veloso, pesquisadora do FGV Ibre.

- Em 2024 a gente não observou ainda uma recuperação sustentada nos segmentos atrelados ao crédito. No varejo restrito ,o segmento de Equipamentos e materiais para escritório vem oscilando fortemente impactado, além da questão do crédito, pela alta do câmbio. No varejo ampliado, o grupo de Materiais de construção só apresentou resultado positivo em abril. Veículos esboçou uma recuperação no início de 2024, mas também começa a patinar nos últimos meses, e para os próximos há preocupação sobre o fim da queda dos juros num cenário onde tanto os juros quanto o endividamento seguem elevados apesar da melhora recente - explica.

O setor de veículos, motos, partes e peças registrou queda de 2,3% e o segmento de materiais de construção já voltou para sua tendência deste ano, mostrando recuo de 3,5%.

Em seu relatório Igor Cadilhac, economista do PicPay, colocou um viés de alta na projeção de crescimento para o setor este ano que estima em 3%. "Nossa perspectiva segue sendo de um mercado de trabalho aquecido, crescimento da massa de rendimento, aumento de crédito para pessoa física e a inflação bem comportada sigam impulsando o consumo das famílias", diz o economista.

Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, diz que a surpresa positiva, não foi suficiente para revisar sua perspectiva de crescimento do PIB para 2024 mantida em 1,9%.

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