Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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GERADO EM: 01/08/2024 - 15:44

Governo bloqueia gastos em resposta à pressão fiscal.

O governo anuncia bloqueio de gastos de até R$ 50 bilhões para conter pressão fiscal. Medida visa evitar gastos excessivos antes do contingenciamento. Economistas criticam menção do Copom sobre dólar, enquanto sinalização de queda de juros nos EUA traz otimismo.

Nesse dia seguinte à superquarta uma notícia alivia a tensão em relação às contas públicas que tem estado presente tanto nas análises do mercado financeiro quanto nas decisões do Copom. Na prática a contenção de despesas anunciada pelo governo pode chegar a cerca de R$ 50 bilhões, revelaram as jornalistas do Valor Jéssica Sant'Ana e Lu Aiko Otta.

A coisa funciona assim: foi incluído no decreto de programação orçamentária e financeira um dispositivo que impede que os ministérios gastem tudo o que restou, além do que foi bloqueado. Há uma espécie de dosagem dos gastos. As pastas só poderão empenhar até setembro 35% desse saldo. Isso para o caso de ser necessário outro bloqueio, se houver frustração de receita. E há um item que tem frustrado, o da arrecadação do Carf.

No caso do dólar, outro ponto de pressão inflacionária, um economista com quem eu conversei considera um erro a citação feita pelo Copom no comunicado sobre a taxa de câmbio "persistentemente mais depreciada", como escrevi hoje na coluna. É que ao fazer essa análise, o Banco Central pode tornar a cotação mais alta da moeda americana uma profecia autorrealizável. A indicação de uma expectativa de dólar ascendente pela autoridade monetária faz que essa estimativa de cotação passe a entrar nas decisões de formação de preço. E já tem empresas fazendo isso, por exemplo, na área de fertilizantes.

A questão, é que segundo os economistas não há fundamentos que justifiquem o dólar subir tanto. Eles citam o fato de a balança comercial estar em seu segundo maior saldo da história, ou seja, está entrando muito dólar pelo lado do comércio. O real é hoje a pior desempenho entre as moedas emergentes, o que mostra que tem alguma coisa a mais relacionada à moeda brasileira.

De qualquer maneira, o balanço do dia de ontem é positivo porque acendeu-se uma luz no fim do túnel com a sinalização de Jerome Powell, presidente do Fed, o banco central americano, de que os juros podem cair a partir de setembro. A tendência de redução de juros nos Estados Unidos enfraquece o dólar em relação a outras moedas e o cenário para o ano que vem fica bem melhor.

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