A Inflação, ultimamente, não é um assunto simples de explicar. A pergunta é sempre se temos que ficar preocupados ou não com a inflação? Hoje mesmo saiu a inflação da Fundação Getúlio Vargas, o IPC-S, que olha exatamente o mesmo universo de preços que o IPCA, indicador oficial, e o resultado aponta uma queda de 0,16% em agosto, com recuo de um ponto percentual no grupo Alimentação. Já tínhamos indicado no blog que a perspectiva para agosto era de inflação negativa, ou seja, deflação, ou uma taxa muito próxima a zero. Essa é uma boa notícia, principalmente, o fato de a inflação de alimentos, que é a mais importante para as pessoas em geral, estar caindo.
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No entanto, o conjunto de preços ainda está mais alto do que deveria estar nesse momento. No acumulado de 12 meses, a inflação ainda está muito perto do teto da meta. O dado de agosto diminui um pouco essa proximidade com 4,5%, que é o limite máximo, o IPC-S ficou em 4,18% em 12 meses. O fato é que projeção da inflação está perto dos 4%, ou seja, ainda longe dos 3%, que é a meta para este ano, um sinal de que sempre se deve ficar preocupado com a inflação e que pressiona a decisão sobre juros do Banco Central.
As projeções como a do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo BC, são de aumento de inflação. E essa sem dúvida é uma notícia ruim. Esta foi a sétima semana alta seguida das estimativas. É fato que o mercado tem errado na projeção de alguns indicadores, como as estimativas para o PIB, mas as previsões de inflação têm ficado próximas ao resultado. Há, então, duas informações, primeiro agosto, inflação cai, a segunda é que setembro, infelizmente, não vai repetir essa taxa. A bandeira vermelha na energia e outras pressões de preço devem fazer a taxa subir, não será alta, mas será maior.
Ao fim e ao cabo, para o mercado financeiro o que importa é a inflação que está sendo olhada com lupa pelo Banco Central do Brasil e é o indicador determinante para a decisão sobre os juros básicos da economia brasileira, nos dias 17 e 18 deste mês. A maioria do mercado acha que a Selic, hoje em 10,5%, em consequência das notícias que são ruins na inflação, os índices ainda estão longe do centro da meta.