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Athos Moura

Começou a carreira em 2009 no GLOBO e já teve passagens pelo O Dia e CBN. Gosta de esportes, política e assuntos jurídicos. É skatista e torcedor do Bangu.

Diogo Dantas

Repórter com mais de 10 anos de experiência. No GLOBO, cobriu Copas do Mundo, foi setorista do Flamengo e especializou-se nos bastidores e mercado da bola.

Por Athos Moura — Rio de Janeiro

A manipulação de resultados nos jogos de futebol voltou à tona com a operação Penalidade Máxima do Ministério Público de Goiás. Segundo a CBF, apenas no ano passado foram identificados 139 jogos com movimentações atípicas nos sites de apostas. Porém, em 2022, o STJD proferiu pelo menos uma condenação sobre temas ligados ao assunto. A explicação está na falta de ferramentas que o próprio tribunal tem para apurar esses tipos de casos.

O STJD pode abrir inquéritos sobre possíveis combinações de resultados, mas a sua capacidade de investigação é extremamente limitada, quase que se resumindo a depoimentos de supostos envolvidos e testemunhas.

— A Justiça Desportiva, ela se limita a ouvir os supostos envolvidos que seriam os atletas, ela se baseia também em oitiva, em determinados casos, do árbitro de futebol, pra saber se ele conseguiu detectar alguma coisa, também de dirigentes. Cada caso é um caso e a Justiça Desportiva apura com provas que vem da CBF através da Sportradar e com a oitiva dessas testemunhas — disse Ronaldo Piacente, procurador-geral do STJD.

O procurador também explicou que a tribunal não tem acesso a algumas técnicas de investigação comuns à polícia e ao Ministério Público, como a quebra de sigilos:

— A Justiça Desportiva não tem o poder de polícia. Não tem o poder de determinar a quebra de sigilo bancário, não tem a competência para determinar a quebra de um sigilo telefônico, apreender celular para analisar conversas. Com isso a Justiça Desportiva fica um pouco sem esses elementos e fica muito difícil de se apurar uma eventual manipulação de resultado.

Entretanto, no caso específico da operação Penalidade Máxima, que investiga a manipulação em jogos da última rodada da Série B do ano passado, o procurador alegou que o tribunal pode requerer as provas colhidas pelo Ministério Público para que sejam usadas no inquérito do STJD.

(Atualização às 18h35: Diferente do que foi publicado anteriormente, o STJD julgou um caso de manipulação de resultados que resultou no banimento do esporte de um envolvido. Em setembro um preparador de goleiras do Santos foi punido por tentar subornar a goleira do Red Bull Bragantino a levar gols de propósito em uma partida do Campeonato Brasileiro feminino. O caso foi revelado pelo presidente do Santos, Andres Rueda).

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