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Portugal visto de dentro por um jornalista carioca

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Gian Amato

Jornalista há mais de 20 anos, fez diversas coberturas internacionais por O Globo. Escreve de Portugal desde 2017.

Por Gian Amato

Cada vez mais os brasileiros usam Portugal como base para fazer uma ponte de negócios com os Estados Unidos. E vice-versa. Este movimento chamou a atenção de empresas americanas. Em busca de uma fatia deste milionário mercado, elas chegam a Lisboa atrás do dinheiro da parte mais rica da maior comunidade estrangeira no país.

Enquanto grande parte da população de Portugal (imigrante ou não) vive a saga do aluguel, impulsionada pelo especulação imobiliária, brasileiros endinheirados lideram o ranking dos compradores de imóveis estrangeiros. É de olho também neste segmento que a The Agency Portugal, americana especializada no mercado de luxo, anuncia hoje o começo das atividades no país.

A marca quer fortalecer relações com a Europa e abriu uma franquia na Holanda. Mas, em Portugal, terá escritório próprio e um representante luso-brasileiro, Ayres Neto, sócio da empresa e gerente da operação portuguesa.

— O mercado brasileiro é um dos nossos alvos. Trabalhamos com clientes do mundo inteiro. Somos de mais de 12 países diferentes e falamos 13 línguas. Mas o mercado brasileiro é estratégico para nós e, por isso, temos na equipe oito agentes brasileiros para facilitar a expansão junto do mercado brasileiro e criar um serviço de excelência entre os dois países, seja no mercado de luxo ou regular — disse Neto em entrevista ao Portugal Giro.

Além de ir atrás do dinheiro brasileiro em Portugal, a empresa americana pretende captar investimento no Brasil para empreendimentos lusos.

— O mercado português oferece condições únicas para o investidor brasileiro. E nós, que temos tanta experiência com investidores internacionais, de todo o mundo, estamos extremamente aptos e somos qualificados para apresentar projetos e oportunidades a estes investidores brasileiros. E com uma vantagem: não somos uma empresa restrita a uma cidade ou região, temos consultores em todo o país, do Porto ao Algarve — declarou Neto.

O Brasil é a segunda nacionalidade entre os compradores com visto gold, a autorização milionária de residência portuguesa, atualmente restrita para fins de habitação em Lisboa, Porto e Algarve. A polêmica medida já teve seu encerramento anunciado e está na mira da União Europeia há anos. Mas sobrevive. Neto, no entanto, tem outra estratégia:

— Representa uma pequena parcela do volume total de negócios, para brasileiros ou qualquer nacionalidade. Desde o lançamento, foram concedidos cerca de 10 mil vistos gold, menos de mil vistos por ano. São comercializados por ano cerca de 300 mil imóveis em Portugal. No caso dos brasileiros, o número de clientes que possuem dupla nacionalidade, seja portuguesa (centenas de milhares), italiana, espanhola, polaca, é muito mais relevante do que qualquer número de vistos gold para brasileiros.

A americana LCR Capital Partners também abrirá filial em Portugal este ano. Será a primeira filial europeia e a porta-voz da empresa no Brasil, Ana Elisa Bezerra, será a responsável pela estratégia do escritório em Lisboa, para onde vai se mudar.

— O nosso primeiro escritório fora dos EUA foi aberto no Brasil, em 2014. Sempre nos concentramos no público brasileiro, porque acreditamos que há um grande potencial de investimento internacional e busca por residência permanente nos Estados Unidos e em Portugal. Temos visto o interesse de brasileiros que moram nos Estados Unidos com a intenção de ir para Portugal, mas há também aqueles que ainda estão no Brasil e desejam investir, comprar um imóvel ou se mudar, definitivamente, para Portugal — disse Bezerra.

O Brasil representa o segundo maior mercado da empresa, atrás apenas da Índia. Os brasileiros surgem entre os líderes de pedidos de visto para investimento e compra de imóveis.

— O escritório local busca brasileiros com interesse em investir nos Estados Unidos e em Portugal, tanto na aquisição de imóveis, como na aplicação de visto de investidor para ambos os países. O escritório europeu em Lisboa da LCR também terá o objetivo de atrair europeus interessados em aplicar para o EB-5 – visto de investidor dos Estados Unidos — contou Bezerra.

O veto aos vistos gold para habitação nas maiores cidades, segundo Bezerra, deverá ser uma chance de atrair investidores para outras cidades. Porém, não é o que tem acontecido até o momento:

— Compras residenciais ainda podem ser feitas fora dos grandes centros e, dentro de Lisboa, Porto e Algarve, há a possibilidade de investir em imóveis comerciais elegíveis. Então, o programa ainda é bastante atraente e continua com muita procura por investidores de diversos países e nós vemos, inclusive, o aumento de novas nacionalidades aplicando para o visto, com o Brasil se mantendo no top 5.

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