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Portugal visto de dentro por um jornalista carioca

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Gian Amato

Jornalista há mais de 20 anos, fez diversas coberturas internacionais por O Globo. Escreve de Portugal desde 2017.

Por Gian Amato

A falta de mão de obra no turismo em Portugal neste verão europeu continua praticamente no mesmo nível que estava no fim de 2022.

Segundo a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) adiantou ao “Dinheiro Vivo”, faltam 45 mil trabalhadores para o setor.

No primeiro trimestre deste ano, a lacuna de mão de obra estava em 50 mil trabalhadores antes da estação mais esperada do ano, iniciada há cerca de 10 dias.

O panorama este ano é ainda mais crítico. Há a expectativa que os números do turismo batam recordes em Portugal, como já está acontecendo.

O setor é motor da economia portuguesa e chegou a gerar 15,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Este impulso foi um dos responsáveis por renovar a imagem do país mundo afora.

Prevendo a falta de trabalhadores, os hotéis chegaram a antecipar as contratações para o verão. Mas os postos ocupados cobrem apenas 10% da demanda.

A falta de mão de obra poderá comprometer o planejamento das empresas, limitar expansões e prejudicar o atendimento.

É um problema antigo, que se repete a cada alta temporada. Em 2021, o setor terminou o ano com déficit de 85 mil trabalhadores.

Com a multiplicação dos postos desocupados e redução de mão de obra, os brasileiros conseguem no mínimo dois empregos no turismo, setor que abrange a gastronomia.

Mas o preço a pagar é alto: longas jornadas e salários baixos. Os problemas foram reconhecidos pelo Estado, que lançou um plano para abrir ainda mais vagas.

Na próxima década, o governo espera criar 193 mil empregos no turismo. A dúvida é se haverá trabalhadores dispostos a preencher as vagas de carreiras sazonais, subvalorizadas e, por vezes, sem vínculo estável.

Criado para atrair mão de obra, o visto para Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) já foi concedido a mais de 120 mil pessoas, sendo a maioria brasileira.

Mas os empresários do setor têm reclamado que a medida teve pouco impacto até agora, principalmente no Algarve, um dos principais destinos de verão na Europa.

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