Portugal Giro
PUBLICIDADE
Portugal Giro

Portugal visto de dentro por um jornalista carioca

Informações da coluna

Gian Amato

Jornalista há mais de 20 anos, fez diversas coberturas internacionais por O Globo. Escreve de Portugal desde 2017.

Por

A advogada carioca Carolina Uchôa teve um faturamento em Portugal de cerca de R$ 600 mil (€ 110 mil) em um ano como dona de uma franquia de faxina da House Shine. Ela contou ao Portugal Giro que o investimento inicial foi de R$ 186 mil (€ 35 mil).

— A franquia é mais segura porque não preciso pensar no modelo de negócios. Para quem quer empreender em um país diferente, a franquia facilita — disse Uchôa, lembrando que do valor são descontados € 20,6 mil (R$ 111 mil) de imposto, além de ter que usar parte do dinheiro para cobrir custos de operação.

Uchôa gerencia o negócio, mas diz que seu pai fez o investimento. É uma família entre centenas de empreendedores brasileiros no mercado português de franquias, modelo de negócio que virou tendência em Portugal.

Segundo a Associação Portuguesa de Franchising (APF), o setor movimenta € 11 bilhões (R$ 58 bilhões) e é responsável por 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB). No Brasil, ainda de acordo com a APF, a contribuição das franquias para o PIB é de 2,7%.

A House Shine é um exemplo deste universo em expansão. A franquia está dentro do guarda-chuva do Grupo NBrand. A empresa informa que ampliou em 50% a participação de brasileiros. E das 112 unidades da House Shine, 40% são operadas por brasileiros.

O negócio de faxina franqueada da NBrand tem faturamento anual de € 12 milhões ( R$ 63 milhões) e registrou 23% de aumento na procura neste último ano, segundo o diretor Cândido Mesquita.

— Quando falamos de franquias voltadas à prestação de serviços, que não demandam grandes infraestruturas de ponto físico, armazenagem de produtos e gestão de estoque, as possibilidades exigem investimentos reduzidos, estruturação mais rápida e maiores chances de longevidade — disse Mesquita.

A advogada trabalhava em uma empresa de inovação na Itália e conheceu a franquia quando fazia mestrado em Portugal. O investimento rentável abriu as portas para os pais também se mudarem para o país.

A unidade administrada por Uchôa tem 60 clientes fixos e sete pessoas contratadas para o trabalho nas faxinas. Todas brasileiras.

— O mercado da limpeza está crescendo porque a Agenda do Trabalho Digno trouxe alterações (trabalhistas) para as diaristas. Então, as pessoas querem uma empresa, que dá mais confiança, mais previsibilidade e evita os custos que é ter uma pessoa em casa — explicou Uchôa.

Como franqueada, ela explica que recebe um guia da matriz com as bases do processo. E a compreensão (ou não) da metodologia pode interferir no desempenho:

— O master (matriz) dá um guia, a base, se vai seguir ou não, depende da pessoa. Muitos não seguem, não entendem. O master fala para usar tal produto, seguir tal metodologia. Mas por quê? Se não questiona, não vai à frente. Tem que estar disposto a compreender e aplicar.

Mesmo com o sucesso da sua franquia, Uchôa faz um alerta.

— Se a pessoa não tem disposição, isto não vai para frente. Empreender não é fácil, com muitos problemas e situações difíceis com recursos humanos. Não gosto de romantizar tudo — disse ela.

Webstories
Mais recente Próxima Brasileiras são responsáveis por 24% dos abortos entre estrangeiras em Portugal

Inscreva-se na Newsletter: Portugal Giro