Hoje pode ser dia de folga em algumas empresas que participam do projeto-piloto da semana de quatro dias em Portugal.
A pouco mais de um mês para o fim do programa, o coordenador contratado pelo governo, Pedro Gomes, fez para o Portugal Giro um resumo do desempenho das empresas.
— Em cinco ou seis empresas, está a funcionar muito bem, no sentido em que as mudanças de processos (redução da duração de reuniões, criação de blocos de trabalho, introdução de novo software) foram bem-sucedidas — explicou ele, prosseguindo:
— E do lado das empresas, sentem que todos os objetivos semanais estão a ser cumpridos, aliado a uma melhoria enorme no empenho e motivação dos trabalhadores.
Economista, Pedro Gomes é autor do livro “Sexta-feira é o novo sábado”. Ele também é professor de economia em Birkbeck, Universidade de Londres.
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Gomes foi escolhido há um ano para liderar o projeto com 40 empresas privadas e voluntárias na iniciativa ligada ao Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
O cronograma divulgado pelo governo prevê um período de reflexão das empresas em dezembro, quando podem decidir se prosseguem com a semana reduzida.
— Nas outras empresas, os sinais são também positivos ao nível operacional, mas o período de avaliação ainda é curto. Muitas têm picos de trabalho no último trimestre e estão à espera para ver como vão gerir com a semana reduzida. É no final do ano que se faz o balanço dos indicadores financeiros, muito importantes para a decisão final — explicou Gomes.
Até fevereiro, o governo fará uma pesquisa após o período de reflexão. A administração pública ainda não iniciou o seu período de testes. E deve depender de alguns resultados da iniciativa privada para decidir quando começa.
Em sua página sobre o tema, o governo apresenta a semana de quatro dias como uma vantagem para o bem-estar físico e mental porque reduz chances de esgotamento.
Portugal é o terceiro país com maior carga horária semanal, segundo dados informados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Porém, como informou esta semana um parecer do Conselho Econômico e Social (CES), o país é um dos que têm os níveis de produtividade mais baixos da União Europeia.
“Uma carga horária semanal elevada, para além dos efeitos negativos na conciliação da vida pessoal e familiar com a atividade profissional, pode também prejudicar o desempenho dos trabalhadores, com efeitos negativos na produtividade”, diagnosticou o parecer.
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