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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por Thomas Traumann — Rio de Janeiro

A estabilidade nos dados da pesquisa Ipec/Tv Globo indica que o ciclo completo de pagamento do Auxílio Brasil reajustado para R$600 para 20,2 milhões de famílias não provocou efeitos para a campanha da reeleição. Na pesquisa divulgada nesta segunda-feira no Jornal Nacional, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) mantiveram os mesmo índices da sondagem anterior, 44% contra 32%. Entre os que recebem algum tipo de benefício federal, Bolsonaro oscilou de 27% para 29%, dentro da margem de erro. Nesse segmento, Lula tem 52%, mesmo índice da pesquisa de duas semanas atrás.

O Auxílio de R$600 começou a ser pago no dia 9 e foi até o dia 22. Mais de 2 milhões de famílias que estavam na fila para serem cadastradas foram incluídas neste pagamento, o maior contingente de aceitação em quatro anos de governo. Só esta ampliação vai custar R$ 26 bilhões no orçamento até o mês de dezembro, quando se encerra a lei atual.

A demora nos efeitos do benefício nas pesquisas é natural. Em 2020, quando o governo Bolsonaro lançou o Auxílio Emergencial, foram quatro meses até a aprovação da gestão superar a desaprovação. Desta vez, em função da propaganda eleitoral, é possível que a mudança de opinião ocorra em menos tempo, mas o prazo é incerto. De acordo com o Ipec, a aprovação geral ao governo Bolsonaro oscilou para cima, de 29% para 31%. A desaprovação, no entanto, segue em 43%.

Pesquisas qualitativas com beneficiários

O novo Auxílio é a principal aposta de Bolsonaro para reduzir sua rejeição e diminuir a distância com Lula entre os mais pobres. Por enquanto, os resultados são pífios. De acordo com o Ipec, Lula tem 54% das intenções entre os eleitores que recebem até 1 salário mínimo e 47% entre ganha até dois. Bolsonaro tem só 22% entre as famílias até um salário mínimo e 31% até dois salários mínimos.

Pesquisas qualitativas encomendadas por bancos de investimentos com famílias que recebem o Auxílio mostram que o principal obstáculo de Bolsonaro entre esses eleitores é o fato de que o benefício já foi suspenso antes, na virada do ano. O fato dá credibilidade à campanha petista de que uma eventual reeleição de Bolsonaro não garante a continuidade do Auxílio a partir do ano que vem. Preocupada, a campanha Bolsonaro soltou um jingle para dizer que “dinheiro bom para fazer feira, que protege, que dá amparo, que continua ano que vem, Auxílio Brasil é do Bolsonaro”. Até agora, sem resultado.

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