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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por Flávio Tabak — São Paulo

A nova rodada da pesquisa Ipespe feita para a Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel) mostra estabilidade no quadro do segundo turno. O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, oscila negativamente um ponto em relação à semana passada e tem 49% das intenções de voto na pergunta estimulada. Jair Bolsonaro (PL) aparece com 43%, o mesmo percentual da semana passada. Brancos, nulos, nenhum somam agora 6%, uma oscilação positiva de dois pontos. Outros 2% não sabem ou não responderam.

No limite da margem de erro de três pontos para mais ou menos, Lula e Bolsonaro estão empatados tecnicamente porque ambos atingiriam 46%. A pesquisa telefônica ouviu 1.100 eleitores entre os dias 17 e 18 de outubro. Se considerados os votos da pergunta espontânea, quando os eleitores precisam responder de cabeça, 46% escolhem Lula e 42%, Bolsonaro – outro empate técnico. O candidato à reeleição tem praticamente a mesma pontuação entre respostas espontâneas e estimuladas, o que demonstra forte consolidação de sua base, mas também uma dificuldade de ampliá-la.

O cálculo que simula os votos válidos, quando se são excluídas os brancos, nulos, indecisos agora dá 53% (-1 em relação à semana passada) para Lula e 47% (+1) para Bolsonaro. O Ipespe também oferece mais um placar, o que envolve somente os 78% da amostra que demonstraram "muito ou algum interesse" na eleição e que também exclui os nulos, brancos e indecisos. A margem de Lula se estreita, e o petista passa a ter 52% contra 48% de Bolsonaro. Esse cálculo é feito porque os institutos não conseguem estimar quantas pessoas vão se abster de votar no dia 30. Entenda aqui.

Veja os números completos:

Veja os resultados — Foto: Ipespe/Abrapel
Veja os resultados — Foto: Ipespe/Abrapel
Veja os resultados  — Foto: Ipespe/Abrapel
Veja os resultados — Foto: Ipespe/Abrapel

Independentemente do cenário apertado nas intenções de voto, são 53% os que preveem uma vitória de Lula no domingo. Outros 37% acreditam que Bolsonaro vai vencer. Chega a 12% o grupo, entre eleitores de Bolsonaro, que acredita no resultado final positivo para o petista.

No placar da rejeição, mais estabilidade. Lula continua com patamar alto de 45% de eleitores afirmando que não votariam nele "de jeito nenhum". Bolsonaro perdeu um ponto em relação à semana passada e agora tem 48%, ou seja, está empatado com o petista nesse critério.

Veja os potenciais de voto — Foto: Ipespe/Abrapel
Veja os potenciais de voto — Foto: Ipespe/Abrapel

O debate do último domingo

A pesquisa Ipespe/Abrapel dedicou espaço em seu questionário para avaliar impactos do debate promovido no último domingo pela TV Bandeirantes, TV Cultura, Uol e Folha de S.Paulo. São 46% os que dizem ter assistido ao debate (todo ou em parte). Outros 21% só ouviram falar e 33% não assistiram e nem ficaram sabendo. Os eleitores do candidato à reeleição foram mais atentos, veja a tabela abaixo:

A audiência do debate — Foto: Ipespe/Abrapel
A audiência do debate — Foto: Ipespe/Abrapel

O grupo que respondeu ter assistido ou ouvido falar do debate se divide entre quem foi o melhor: 42% dizem Bolsonaro e 41% escolhem Lula. Esse mesmo segmento respondeu se o encontro mudou ou não a opinião que tinham sobre os candidatos. Para 27%, o presidente causou impressões positivas. Outros 48% dizem que não mudaram suas ideias e 19% afirmaram que a avaliação sobre Bolsonaro piorou. Já sobre Lula, 26% agora o veem de uma forma mais positiva, 46% dizem que nada mudou e, para 21%, a imagem de Lula ficou pior após o debate. Veja os números completos cruzados com intenções de voto:

O impacto sobre a imagem de Bolsonaro  — Foto: Ipespe/Abrapel
O impacto sobre a imagem de Bolsonaro — Foto: Ipespe/Abrapel
O impacto sobre a imagem de Lula — Foto: Ipespe/Abrapel
O impacto sobre a imagem de Lula — Foto: Ipespe/Abrapel

O Ipespe também pergunta aos eleitores o quanto eles aprovam ou não a maneira de Bolsonaro governar o país. 42% dizem que aprovam, oscilação de um ponto percentual para cima em relação ao último levantamento. É, numericamente, o patamar mais elevado desde o final de agosto. Outros 49% desaprovam a condução de Bolsonaro, oscilação de três pontos percentuais para menos e o menor percentual também desde agosto. São 9% os que não sabem responder, ante 6% da pesquisa anterior.

As 1.100 entrevistas por telefone foram feitas entre 17 e 18 de outubro por pesquisadores especializados. A margem de erro é de até três pontos percentuais para mais ou menos. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o código BR-06307/2022.

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