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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por — Rio de Janeiro

A PEC do Quinquênio, que prevê aumentos salariais para carreiras jurídicas, é rejeitada por 76% dos brasileiros, segundo levantamento inédito da Genial/Quaest. Apenas 13% se dizem favoráveis à proposta de emenda constitucional que estipula reajustes de 5% a cada cinco anos para juízes, procuradores e defensores públicos, e 11% não sabem ou não responderam.

Na prática, o percentual significa que três a cada quatro entrevistados são contra a medida. Segundo estudo da área técnica do próprio Senado, casa legislativa em que está o projeto, a aprovação da PEC poderia causar um rombo de até R$ 81,6 bilhões nas contas públicas até 2026.

Chama a atenção que, no recorte por renda, os mais pobres se disseram mais favoráveis à PEC do que os mais ricos. Entre os que ganham até dois salários mínimos, 17% são a favor, ante 9% entre os que ganham mais de cinco salários. Já os que ganham de dois a cinco salários registram 12%.

Também há diferença entre os que votaram em Lula e Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2022: lulista são 17% a favor e 70% contra a proposta; bolsonaristas, 9% e 86%, respectivamente.

De nome difícil, a PEC foi explicada durante as entrevistas pelos profissionais da Quaest. O formulário lido aos entrevistados dizia que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), havia pautado o projeto. E citava o bônus de 5% a cada cinco anos.

INFOINFOINFO

A pesquisa ouviu 2.045 pessoas entre os dias 2 e 5 de maio, e a margem de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

Esvaziamento

Como informou na semana passada a colunista Malu Gaspar, do GLOBO, Rodrigo Pacheco trabalha agora, depois de conversas com o governo, para esvaziar a PEC e fazê-la voltar ao desenho original, que previa os reajustes apenas para magistrados e integrantes do Ministério Público.

Durante o andamento na Casa, com o aval de Pacheco, foram incluídas categorias como defensores públicos e delegados da Polícia Federal, o que aumentou a previsão de gastos — e, consequentemente, impulsionou as críticas à proposta.

Os movimentos do presidente da Casa buscam diminuir o impacto financeiro da medida e, ao mesmo tempo, apaziguar a resistência política a ela.

O presidente do Senado tratou da proposta diretamente com o presidente Lula, na esteira de uma vitória política que teve no governo federal. Na semana passada, Pacheco emplacou um aliado — o ex-presidente da seccional mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Antonio Fabrício de Matos Gonçalves — em uma vaga reservada a representantes da advocacia no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

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