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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por — São Paulo

RESUMO

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GERADO EM: 18/06/2024 - 17:40

Aprovação do governo Lula: 36% dos brasileiros aprovam

Pesquisa Datafolha aponta que o governo Lula é aprovado por 36% e desaprovado por 31% dos brasileiros. Variações dentro da margem de erro indicam sinal positivo para o Planalto, com maior aprovação entre os mais pobres e moradores do Nordeste.

Nova pesquisa do Datafolha divulgada nesta terça-feira mostra que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é considerado "bom" ou "ótimo" por 36% dos brasileiros. Trata-se de uma oscilação dentro da margem de erro (de dois pontos percentuais para mais ou menos) em relação ao levantamento de março, quando 35% aprovavam a gestão federal. Os que reprovam o governo passaram de 33% para 31% no período. Outros 31% classificam a administração petista como "regular" (eram 30% na pesquisa anterior).

As variações, embora dentro da margem de erro, dão uma sinalização positiva para o governo após uma piora na avaliação pública observada nos primeiros meses do ano. A distância entre os percentuais dos que aprovam e os que desaprovam o governo era de oito pontos percentuais em dezembro, encurtou para apenas dois pontos na última pesquisa e agora abriu para cinco pontos.

Segundo publicou o jornal "Folha de S.Paulo", o governo Lula 3 tem maior aprovação entre os mais pobres (grupo no qual 42% avaliam o Executivo como "bom" ou "ótimo"), os moradores do Nordeste (48%) e os que estudaram só até o ensino fundamental (53%). Já as maiores taxas de "ruim" e "péssimo" são registradas entre os homens (35%), pessoas com idades entre 25 e 34 anos (38%), evangélicos (44%), os mais ricos (45% dentre os que ganham mensalmente acima de cinco salários mínimos), e os que cursaram o ensino superior (38%).

Esta é a primeira pesquisa de opinião pública que identifica uma interrupção na queda de popularidade do governo que vinha se apresentando de forma gradual nos últimos meses — segundo o Datafolha, Lula tinha em março do ano passado a aprovação de 38% e a reprovação de 29%. No início de maio, uma sondagem da Quaest havia apontado variação negativa pela quarta vez consecutiva, indicando empate entre aprovação e desaprovação do governo. Os institutos adotam metodologias distintas, portanto as pesquisas não são diretamente comparáveis. Mas o conjunto dos levantamentos ajuda a ter um sensor mais afinado com o pensamento da população.

O governo tem feito esforços para incrementar a comunicação e melhorar sua imagem junto aos eleitores. Mas, para além das pesquisas, há outros indicadores que dão força ao diagnóstico feito pelo próprio presidente de que a população não está sendo bem informada sobre as ações do Executivo federal. O Desenrola Fies, por exemplo, programa que dá desconto de até 99% para dívidas estudantis, foi prorrogado diante da adesão de menos de um quarto daquilo que era esperado. Essa iniciativa poderia ajudar o governo Lula a ter melhor avaliação entre os jovens. Mas no grupo de até 24 anos, predomina a percepção de que o petista faz um governo "regular": são 48% os que têm essa percepção, enquanto 25% o aprovam e 24%, o consideram "ruim" ou "péssimo".

Em relação à economia do país, 42% acham que a situação piorou nos últimos meses, contra 27% que acham que melhorou, e 29% que não viram nenhuma mudança. Os pesquisadores do Datafolha foram a campo no período de 4 a 13 de junho, o que significa que os resultados não têm influência da nova escalada do dólar e da beligerância entre o governo e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Quando perguntados sobre si mesmos, 52% afirmaram que a vida permaneceu igual desde que Lula tomou posse para seu terceiro mandato na Presidência, enquanto 26% atestam que houve melhora, e 21% dizem o contrário. A percepção de melhora é maior (de 32%) entre os que ganham até dois salários mínimos por mês.

O Datafolha entrevistou presencialmente 2.008 eleitores de 16 anos ou mais em 113 municípios brasileiros, no período de 4 a 13 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos, para um nível de confiança de 95%.

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