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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por e — Rio de Janeiro

Depois de empatar com a avaliação negativa em março, a percepção positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou leve melhora este mês e abriu distância de seis pontos, de acordo com nova pesquisa Ipec divulgada nesta quinta-feira. O levantamento aponta que 37% dos brasileiros consideram a gestão do petista como ótima ou boa, quatro pontos percentuais a mais que o registrado no levantamento anterior. Com a variação, Lula retomou o patamar de avaliação positiva de dezembro, quando 38% consideravam a atual gestão ótima ou boa, mas ainda não atingiu os 41% contabilizados no início do mandato, seu melhor desempenho.

O percentual de entrevistados que classificam a gestão do petista como negativa oscilou de 32% para 31%, dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou menos. Os que consideraram o governo como regular correspondem a 31%. Outros 2% não souberam responder.

Houve uma melhora no índice de apoio em segmentos mais simpáticos ao presidente e principalmente no eleitorado que votou no petista no segundo turno de 2022. Nesse segmento, a alta foi de 20 pontos percentuais na avaliação positiva. São 66% os que consideram a gestão ótima ou boa, contra 4% de ruim ou péssimo. Outro 29% veem a atuação como regular.

No eleitorado bolsonarista, também houve variação, mas em menor intensidade. A pesquisa aponta recuo na percepção ruim ou péssima, de 63% para 61% no período, entre quem preferiu Jair Bolsonaro em 2022. Já a avaliação regular passou de 26% para 29%, enquanto a ótima ou boa oscilou de 8% para 9%.

A pesquisa ouviu presencialmente 2 mil entrevistados em 129 municípios, entre 4 e 8 de julho. Entre os principais estratos, a melhora mais significativa na percepção do governo como ótimo ou bom, ainda segundo o Ipec, se deu entre pessoas que vivem na região Nordeste, em que passou de 43% para 53%, e entre entrevistados de renda familiar mensal de até um salário mínimo, faixa na qual passou de 39% para 48%. Os dois segmentos tradicionalmente votam no petista e no PT.

Entre os evangélicos, grupo mais resistente ao governo, passou de 21% para 27% a percepção positiva sobre a atual gestão. Além disso, 39% dos entrevistados que pertencem ao grupo religioso classificaram a gestão petista como ruim ou péssima, ante 47% em abril.

A tendência apresentada pela nova pesquisa se assemelha ao resultado do levantamento Genial/Quaest divulgado anteontem. O instituto também mostrou melhora no segmento mais pobre e entre evangélicos.

Confiança estagnada

Um ponto de atenção para o governo é que o patamar de confiança no presidente não registrou mudança fora da margem de erro. A soma dos que não confiam em Lula permanece em 51%, ante 46% que cofiam (eram 45% em março). Desde dezembro, a desconfiança supera numericamente a confiança. Entre evangélicos, grupo do qual Lula tenta se aproximar, o índice dos que dizem não confiar no presidente chega a 63%. Quando considerados moradores do Sudeste, vai a 57%.

O apoio à maneira de governar do petista também teve variação tímida. No quadro geral, 50% dos brasileiros dizem aprovar a maneira de trabalhar do presidente, ante 49% na pesquisa anterior. Já os que desaprovam são 44%, contra 45% em março.

Mais recente Próxima Pesquisa Ipec: avaliação positiva do governo Lula sobe de 33% para 37% e retoma patamar de dezembro