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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 13/09/2024 - 18:34

Disputa Eleitoral em São Paulo: Ricardo Nunes Avança e Pablo Marçal Recua

Na pesquisa do Datafolha em São Paulo, Ricardo Nunes avança entre eleitores com renda média, enquanto Pablo Marçal recua entre homens e mais velhos. Disputa acirrada pelo eleitor de Bolsonaro e evangélicos. Marçal tem oscilação negativa entre bolsonaristas, atribuída a atritos com o ex-presidente, enquanto mantém liderança entre evangélicos.

A mais recente pesquisa Datafolha para a eleição de São Paulo mostrou um descolamento do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em relação ao empresário Pablo Marçal (PRTB), que disputa com ele os votos da direita. No eleitorado em geral, Nunes apareceu com 27% e Marçal com 19%. O que explica o distanciamento são alguns grupos em que Marçal apresentou oscilações desde o último levantamento, divulgado há duas semanas.

O principal recuo do ex-coach ocorreu entre os mais velhos, eleitores com mais de 60 anos. Neste eleitorado, Marçal apresentou uma queda de sete pontos percentuais, passando de 17% para 10%. Em contrapartida, Nunes oscilou dentro da margem de erro, de seis pontos: de 30% pasou para 33%.

Nas faixas de renda, o empresário também apresentou oscilações significativas nos dois extremos — os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos, e os mais ricos, com rendimentos acima de cinco vezes o piso salarial.

Entre quem tem renda de até dois salários mínimos, Marçal oscilou negativamente, de 17% para 13%. Nunes se manteve estável, com um leve recuo, passando de 28% para 27%. A margem de erro é de cinco pontos para mais ou para menos.

Autointitulado ex-coach e com um discurso muito associado à prosperidade, o candidato do PRTB tem uma maior penetração entre os mais ricos, mas também oscilou para baixo neste campo. No início do mês, tinha 25% das intenções de voto e, agora, 21%. Nunes, por sua vez, oscilou seis pontos para cima e aparece com 23%. Nesse segmento, Boulos soma 34% das intenções de voto (eram 26%). A margem de erro para esta faixa de renda varia entre 6 e 7 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Na faixa de renda intermediária, de eleitores que recebem entre 2 e 5 salários mínimos, Nunes subiu acima da margem de erro (entre 4 e 5 pontos), passando de 21% para 28%. Já Marçal passou de 24% para 23%. Nesse grupo, a margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Entre os homens, as intenções de voto em Marçal também tiveram oscilação negativa, de 29% para 26%. Já o prefeito oscilou quatro pontos para cima e chegou a 27%.

A tendência de redução também se concretiza entre as mulheres, setor em que Marçal já enfrentava dificuldade. Historicamente, o eleitorado feminino rejeita candidatos com uma retórica mais agressiva e também era a fatia da população em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrentava rejeição mais elevada.

No segmento, as intenções de voto em Marçal recuaram três pontos percentuais, chegando a 13%, enquanto Nunes oscilou quatro pontos para cima e aparece com 26%. No quesito gênero, a margem de erro é de quatro pontos percentuais.

Bolsonaristas e evangélicos

Adversários nas urnas, Pablo Marçal e Ricardo Nunes têm disputado o eleitorado de Bolsonaro e o voto evangélico. Entre os eleitores que votaram no ex-mandatário nas eleições presidenciais de 2022, Marçal apresentou uma oscilação negativa. Antes com 48% dos votos nesse grupo, o ex-coach apresenta agora 42%. Já Nunes apresentou um crescimento de oito pontos percentuais e chegou a 39%. A margem de erro é de sete pontos percentuais.

Articuladores atribuem o resultado a recentes atritos de seu adversário com Bolsonaro. No último sábado, quando um ato na Avenida Paulista foi realizado, Marçal acusou o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, de impedi-lo de subir no carro de som. A acusação gerou uma briga sem precedentes entre o líder religioso e o candidato, que foi chamado de "megalomaníaco" e "narcísico".

Enquanto isso, Bolsonaro chegou a divulgar vídeos negativos sobre Marçal em sua lista de transmissão no WhatsApp. Em um deles, um locutor chamava o empresário de "traidor" e "arregão".

Apesar da aparente crise com o bolsonarismo, no segmento evangélico, o empresário se mantém como primeiro colocado numericamente. O protestantismo é um dos setores responsáveis pela eleição do ex-presidente em 2018 e apoiou sua tentativa de reeleição há dois anos. Entre os religiosos, Marçal oscilou dois pontos para cima desde a última pesquisa, passando de 29% para 31%. Nunes acompanhou a oscilação, passando de 27% para 29%.

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