Receita de Médico
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Receita de Médico

Um debate sobre pesquisas, tratamentos e sintomas.

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O ano de 2024 começou com uma grande preocupação na área da saúde no Brasil. Em janeiro foram registrados 240 mil casos prováveis de dengue no país, mais do que o triplo em relação aos números registrados no mesmo período do ano passado. A questão fica mais séria se lembrarmos que o pico da doença costuma acontecer entre os meses de março e abril, ou seja, a tendência é que o número de infectados aumente de forma expressiva nas próximas semanas.

Essa perspectiva nos obriga a reforçar alguns cuidados que vão além das medidas preventivas contra a proliferação do vetor da doença, a fêmea do mosquito Aedes aegypti. Diante do cenário projetado, de expansão contínua de infecções, é fundamental que as pessoas busquem informações em fontes confiáveis, estejam atentas aos principais sintomas e jamais se automediquem caso tenham sinais da doença. Na dúvida, buscar assistência médica especializada é sempre a melhor opção.

A dengue é uma doença viral que pode ser confundida com outras enfermidades, como gripe, por exemplo. A maioria dos pacientes infectados pelos vírus da dengue têm evolução benigna, mas sempre há o risco do desenvolvimento de formas mais graves, como complicações cardíacas e neurológicas, além da dengue hemorrágica, que podem levar à morte.

A priori, a dengue é uma arbovirose de tratamento ambulatorial, sem medicações específicas para a infecção — apenas repouso e hidratação, além de analgésicos e antitérmicos que devem ser prescritos pelo médico.

Em alguns casos, especialmente entre o terceiro e o sétimo dia de sintomas, a doença pode evoluir para formas mais graves, exigindo internação e, por vezes, tratamento em UTI. É importante que as pessoas estejam atentas a sinais como febre alta e repentina, dores nas articulações, no corpo e atrás dos olhos, além de fadiga. Nessa situação é altamente recomendável que procurem o serviço de saúde.

Algumas situações precisam de muita atenção. Pessoas que já tiveram dengue uma vez costumam apresentar sintomas mais fortes quando contraem a doença novamente. Isso porque há quatro sorotipos diferentes do mesmo vírus. Além disso, pessoas idosas ou com comorbidades precisam tomar ainda mais cuidado, pois são mais suscetíveis às formas mais graves da doença.

Tanto na rede pública quanto na saúde suplementar, é fundamental que os médicos e demais profissionais de saúde estejam devidamente capacitados para fazer o diagnóstico diferencial e realizar de forma adequada o manejo clínico dos casos e a orientação dos pacientes, evitando que um quadro inicialmente simples possa se agravar.

O desafio é enorme, sem dúvida. Mas há sopros de esperança no combate à doença, com o início da campanha de vacinação contra a dengue pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em princípio para crianças de 10 a 14 anos, uma das faixas mais acometidas pelo vírus. A vacina, que também está disponível na rede particular, é segura e eficaz, protege o indivíduo e ajuda a reduzir a transmissão. A partir de 2025, o Instituto Butantan deve disponibilizar ao Ministério da Saúde um novo imunizante, que garante proteção em dose única contra os quatro tipos de vírus da dengue. Alguns medicamentos antivirais específicos estão em fase avançada de investigação.

Mas por enquanto não há vacina para todos e, por isso, os esforços para combater a dengue devem ser conjuntos. As campanhas educativas são essenciais para eliminar os focos de transmissão, e o engajamento da população é essencial, uma vez que 75% dos criadouros do mosquito transmissor da doença estão nas residências. O uso de repelentes e de roupas claras que cubram o corpo todo pode ajudar a prevenir a picada do mosquito.

Simultaneamente é essencial que a vacinação seja incentivada. A dengue é um problema de saúde pública que não pode ser negligenciado. Para conter o avanço das infecções são necessários perseverança e alerta máximo.

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