Renata Agostini
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Renata Agostini

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Renata Agostini

Repórter especial em Brasília e colunista do GLOBO. Formada em jornalismo pela UFRJ, passou pelas redações de Folha, Estadão, CNN, Exame e Veja.

Por — Brasília

Integrantes da equipe econômica avaliaram como tumulto "desnecessário” a reação do mercado nesta quarta-feira à fala de Lula sobre o ajuste fiscal. Aliados do ministro Fernando Haddad disseram não ter chegado ao time da Fazenda sinal de desgaste da relação dele com o presidente. Para eles, o posicionamento de Lula sobre buscar a redução do déficit sem comprometer o investimento público não é novidade e está em linha com seus posicionamentos anteriores.

Lula afirmou em evento no Rio e em publicação no X (antigo Twitter) que "o aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão alcançar a meta de déficit sem comprometer os investimentos". A declaração gerou desconforto no mercado, que interpretou que o equilíbrio nas contas públicas viria com mais impostos, e não a partir de corte de gastos.

Ao longo do dia, havia duas preocupações ao redor de Haddad: evitar que ganhasse tração a ideia de uma crise instalada na equipe econômica e afastar a percepção de que o ministro estava desgastado. Um interlocutor de Haddad classificou como uma "crise artificial" os "rumores" vindos do mercado.

Para um integrante da Fazenda, a devolução da medida provisória que restringia a possibilidade de uso de créditos do PIS/Cofins foi um revés somente temporário, já que o debate sobre a necessidade de uma medida alternativa a ela seguirá — o próprio Senado tem discutido saídas.

Diante disso, não haveria derrota para a equipe econômica, já que o argumento da necessidade de alternativas segue vivo e apenas a solução inicialmente proposta não foi aceita pelo Parlamento.

Para um aliado do ministro, o saldo segue positivo, pois vários "gols" já foram marcados e o resultado não iria se alterar com somente um gol anulado — em referência a proposta dos créditos de PIS/Cofins.

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