Renata Agostini
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Renata Agostini

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Renata Agostini

Repórter especial em Brasília e colunista do GLOBO. Formada em jornalismo pela UFRJ, passou pelas redações de Folha, Estadão, CNN, Exame e Veja.

Por — Brasília

RESUMO

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GERADO EM: 11/07/2024 - 10:10

Bolsonaro contra reforma tributária

Bolsonaro se envolve pessoalmente contra a reforma tributária, usando WhatsApp para pressionar deputados do PL a votarem contra. Apesar da derrota no plenário, aumentou a fidelidade do partido, mas não convenceu todos os aliados sobre os méritos da reforma.

Jair Bolsonaro decidiu se engajar pessoalmente mais uma vez contra a reforma tributária. Na batalha, o ex-presidente usou sua arma habitual: o WhatsApp.

Nos últimos dias, deputados do PL foram bombardeados por mensagens com argumentos contra a regulamentação da reforma nos impostos. Alguns receberam ligações com apelos para que encorpassem o voto “não” ao texto apoiado pelo governo Lula.

Como no ano passado, quando tentou segurar a aprovação da reforma na Câmara e no Senado, o ex-presidente foi derrotado. A regulamentação da tributária passou com placar maiúsculo: 336 votos favoráveis, bem acima dos 257 necessários.

A insistência do ex-presidente em trabalhar contra a reforma fez o presidente da Câmara, Arthur Lira, visitar Bolsonaro horas antes da votação e tentar dissuadi-lo da campanha. O PL, no entanto, manteve a orientação pelo voto “não” da bancada.

Apesar da derrota no plenário, Bolsonaro conseguiu ao menos aumentar a fidelidade dentro do PL. O partido entregou desta vez 11 votos ao Palácio do Planalto. No ano passado, 20 deputados engrossaram o placar a favor da reforma. “Estamos melhorando”, brincou um parlamentar do PL após a abertura do placar.

Bolsonaro argumenta que a reforma irá aumentar a carga tributária do país e, por isso, sua tropa tem de se opor a ela. O discurso, porém, não para de pé, segundo alguns aliados. Ainda que não seja a reforma ideal, há méritos em simplificar o sistema atual, apontam. Essa visão no ano passado fez com que Bolsonaro entrasse em rota de colisão com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que entrou em campo para minimizar a campanha do ex-presidente e militar a favor da reforma.

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