Saideira
PUBLICIDADE
Saideira

Mostramos para vocês as melhores pedidas de programas no Rio de Janeiro.

Informações da coluna

Marina Gonçalves

Do subúrbio à Zona Sul, do rock ao samba, da praia ao boteco, não importa: o Rio é o meu lugar. Com saideira, de preferência.

Cláudia Meneses

Cláudia Meneses é uma jornalista apaixonada por vinhos, caminhadas e o Rio de Janeiro. É sommelière pela ABS-RJ e nível 2 da Wine & Spirit Education Trust.

Por Cláudia Meneses

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 26/06/2024 - 07:01

Vinhos Pierre André da Borgonha: tradição sustentável

Grand Cru apresenta rótulos da vinícola Pierre André, da Borgonha, com ótimo custo-benefício. Vinhos tintos e brancos de tradição e sustentabilidade na viticultura. Uma porta de entrada para os encantos da região, com preços acessíveis a partir de R$ 219,90.

A Grand Cru trouxe para seu portfólio rótulos da renomada vinícola francesa Pierre André, da região da Borgonha, berço de grandes vinhos daquele país. A marca foi fundada nos anos 1920 e tem muita tradição na região, como explica Ari Gorenstein, CEO da Víssimo, ao apresentar o produtor:

— O portfólio da Borgonha sempre trouxe grandes nomes, de vinícolas pequenas e boutique, como a Michel Noellat. E agora a gente traz mais uma nova linha, que é a Pierre André, que tenta ser um Borgonha um pouco mais acessível, que cabe mais no bolso. A gente vai trabalhar de maneira muito forte no nosso canal de lojas e com os restaurantes. É uma vinícola de bastante tradição, criada por Pierre André, um veterano de guerra francês — descreveu Ari Gorenstein, em evento on-line para jornalistas.

Gorenstein conta que o produtor era um marchand de vinhos que se apaixonou pela Borgonha após visitar uma propriedade:

— Ele visita o Château d'Aloxe-Corton e se apaixona pela propriedade. Decide comprá-la e aí começa a enveredar a vida para os lados da Borgonha. Hoje, os vinhedos de Pierre André estão na sua maioria concentrados na Côte de Beaune, mas tem alguma coisa também na Côte de Nuits.

Vinicius Santiago, sommelier do grupo Víssimo, explicou que, após fundar a maison, Pierre André também atuou na gastronomia, com a criação de um restaurante.

— Esse veterano de guerra fundou em 1923 uma distribuidora de vinhos em Paris, que trabalha com vinhos de várias regiões. Em 1927, após visitar o château, ele se encanta. O telhado do Château d'Aloxe-Corton, com esse padrão que é bem típico da Borgonha, virou o símbolo da maison. Ele lançou um restaurante em 1938. E até sua morte, ele convidava ex-membros do seu regimento do Exército para jantar, para partilhar refeições, garrafas de vinho. Ele foi uma pessoa que não era tradicionalmente do mundo do vinho, mas construiu uma história e compartilhou essa paixão pela Borgonha.

Vinicius ressalta que a Pierre André merece atenção por três pontos fortes. O primeiro é a viticultura sustentável.

— Eles praticam o que eles chamam na França de viticulture rationale, viticultura racional, buscando o melhor equilíbrio entre solo e planta, garantindo colheitas de qualidade. Só tratam quando precisam. Se não precisam, não tratam. Outro ponto é o respeito pela tradição, com uma abordagem dinâmica. Usam métodos tradicionais de vinificação, como desengaço parcial, engaço durante a fermentação de uvas tintas para dar um pouco mais de estrutura. Mas equipamentos modernos são utilizados. E há também a busca por expressar o terroir de cada região. É uma vinificação com intervenção baixa, expressando fruta, personalidade.

O Petit Chablis AOC 2022 — Foto: Divulgação
O Petit Chablis AOC 2022 — Foto: Divulgação

Vinicius conta detalhes sobre quatro vinhos da marca. Um deles é o delicado Petit Chablis AOC 2022, com aromas de notas minerais (giz) e florais (jasmim, flor de laranjeira). Na boca, alta acidez e notas de limão, com grande tipicidade.

— Petit Chablis é uma denominação que surgiu ali pelos anos 1970, 1980, justamente pelo boom de Chardonnay que a Borgonha vivenciou. Os solos são principalmente calcários, rocha de Portland, aquele calcário mais duro, que não tem tantos fósseis marinhos que dá vinhos mais magros. Tem a mineralidade da Borgonha, mas eles não são tão intensos em aroma, em sabor quanto o Chablis Premier Cru ou Grand Cru. Ele matura sobre borras finas por 9 meses, com agitação, com batonagem em inox. Dá um pouco mais de textura, complexidade e um toque de levedura de pão. É bastante fresco, leve, bem delicado. Um Chardonnay de clima frio.

Para o sommelier, o vinho vai bem como aperitivo ou para acompanhar sushi, sashimi, temaki, peixe de carne mais magra, além de queijo de cabra.

O Pierre André Mâcon-Villages Vaucharmes AOC 2022 — Foto: Divulgação
O Pierre André Mâcon-Villages Vaucharmes AOC 2022 — Foto: Divulgação

Outro branco trazido ao Brasil pela Grand Cru é o Mâcon-Villages AOC – Vaucharmes 22, de coloração amarelo dourado. Os aromas são de frutas cítricas, como toranja e tangerina, ele traz um paladar mineral com notas de pinho e marmelo.

— Vaucharmes é uma localidade nomeada dentro de Mâcon-Villages. E Mâcon-Villagesé sempre nível regional, a base da pirâmide qualitativa na Borgonha. Parte do vinho amadurece em carvalho, que vai dar um pouco mais de textura e de volume em boca. A gente tem uma fruta cítrica mais madura, além de toranja, tangerina, laranja mais marcada, algo de pêssego e uma nota de pinho, um toquezinho resinoso.

Este rótulo é ideal para ser apreciado como aperitivo ou em harmonização com aves, risotos, peixes, escargot ou queijos de cabra.

— Ele vai bem com pratos um pouco mais intensos, aves, risotos, peixes assados, além de receitas com escargot, que é típico da Borgonha, com manteiga de alho. Também combina com queijos de cabra. O que eu mais gosto nesses dois rótulos, especificamente, é esse contraste de Norte e Sul da Borgonha. Numa degustação às cegas, sem estar atento, a gente provavelmente não diria que esses dois são Chardonnays da mesma região.

Vinicius ressalta que Pierre André permite que o consumidor compreenda as diferenças dos vinhos produzidos na Borgonha:

— Foi o que a gente buscou em Pierre André, as múltiplas expressões de Borgonha, mas dentro de um valor acessível com um ótimo custo-benefício. Uma porta de entrada para quem quer começar a conhecer a Borgonha, que não é necessariamente algo complicado. Mas sem degustar e comparar essas diferenças, não faz muito sentido. Borgonha é sobre terroir, e terroir é sobre expressão — explica.

O Pierre André Bourgogne Hautes-Côtes de Beaune Les Forges — Foto: Divulgação
O Pierre André Bourgogne Hautes-Côtes de Beaune Les Forges — Foto: Divulgação

Já o Pierre André Bourgogne Hautes-Côtes de Beaune Les Forges AOP 2021 amadurece 10 meses em barricas de carvalho. Os aromas são de frutas vermelhas, como cereja, framboesa e groselha, além de notas de especiarias e alcaçuz.

— Parte do vinho estagia em inox, parte do vinho em carvalho, 8 a 10 meses, buscando preservar o fruto e dar uma nota tostada, aqui um aroma mais concentrado. A gente tem mais especiaria, alcaçuz, um paladar com mais estrutura, mais vibrante, que é a coisa da Côte de Beaune para os tintos. Eles vão ter maciez, mas vão ter tensão ao mesmo tempo. Vão bem com carnes assadas mais magras, carnes grelhadas vão funcionar bastante bem nesse caso. Torta de carne e vitelo vão ser boas opções aqui.

O Pierre André Pinot Noir Vieilles Vignes Bourgogne tem caráter rico e intenso, com aromas de frutas pretas e do bosque, além de taninos maduros, e notas tostadas e de especiarias em boca.

— Ele passa 16 meses em carvalho. No nariz, tem aromas de cereja e groselha. No paladar, a gente tem um vinho maduro, tanino marcado, nota de especiaria, nota tostada. É um Pinot Noir de corpo médio. Aqui, coelho vai funcionar muito bem, inclusive o coelho com mostarda típico da Borgonha, pato, charcutaria e os queijos tradicionais de sabor mais intenso, como Reblochon, Morbier e Emmental. Não sou muito fã de fondue de queijo com vinho tinto, eu prefiro com vinhos brancos. Mas esse Pinot Noir poderia acompanhar muito bem porque os taninos não dominam o caráter desse vinho. Ele consegue ter uma boa integração, um bom equilíbrio no paladar.

O Pierre André Pinot Noir Vieilles Vignes Bourgogne AOC 2021 — Foto: Divulgação
O Pierre André Pinot Noir Vieilles Vignes Bourgogne AOC 2021 — Foto: Divulgação

Para o sommelier, esse tinto é muito versátil:

— Ele pode combinar com uma massa com molho vermelho simples, uma massa com molho de queijo, ele pode combinar com uma carne diferente, ele pode combinar com um bife Wellington. Ou seja, ele vai de uma gastronomia mais simples até uma mais sofisticada. É versátil, e é isso que a gente está buscando nos restaurantes, oferecer uma oportunidade de o restaurante oferecer um Borgonha para os seus clientes com um valor acessível. Para ele tenha essa experiência: "estou tomando Borgonha no restaurante", uma experiência enogastronômica mais completa.

Os rótulos da vinícola podem ser encontrados no site https://www.grandcru.com.br/, com preços a partir de R$ 219,90.

Mais recente Próxima Jantares com 'chefs por um dia' terão cinco noites no Alba Gastrobar