Sonar - A Escuta das Redes
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Sonar - A Escuta das Redes

Um mergulho nas redes sociais para jogar luz sobre a política na internet.

Informações da coluna

Por Ana Flávia Pilar

Embora grande parte dos parlamentares que ainda se mantém na base aliada de Jair Bolsonaro (PL) tenha se manifestado contra os atos de vandalismo nos palácios dos Três Poderes em Brasília, é comum que as mensagens de repúdio acompanhem acusações de que a esquerda estaria infiltrada, sendo a verdadeira culpada pela destruição.

Durante a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT) em dezembro, o mesmo argumento foi usado por representantes da direita para explicar os casos de vandalismo. Além dos black blocs, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) também foram apontados como os grandes culpados pelas manifestações violentas.

Nesta segunda, em publicações em redes sociais, deputados afirmam que a direita não promove manifestações radicalizadas e com casos de depredação de patrimônio público.

Além disso, aproveitaram a oportunidade para compartilhar notícias antigas relacionadas a movimentos pela reforma agrária e imagens que supostamente confirmam a suspeita: a baderna não estaria na conta dos “patriotas”.

Entre eles está o deputado federal Coronel Tadeu (PL), eleito no estado de São Paulo. Em publicação no Twitter, o parlamentar afirma que as redes sociais estão mostrando “diversos manifestantes infiltrados, que provocaram a destruição em Brasília”.

— Fica claro mais uma vez que faltou a investigação em atos anteriores e provavelmente faltará nesses também. Será que dessa vez irão chegar nos verdadeiros culpados por tudo isso que está acontecendo? — perguntou.

Já Bibo Nunes (PL), do Rio Grande do Sul, disse que não se deve generalizar o que “uma minoria de vândalos possa ter cometido, com elementos infiltrados”.

— Quando se usa a violência, se perde a razão, o respeito das pessoas de bem e da nação. O bom senso e respeito, de qualquer poder, convivem com a democracia. Ordem e progresso!

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No Rio de Janeiro, o deputado federal Carlos Jordy (PL) pediu que atos provocados por “esquerdistas infiltrados” fossem apurados com urgência, porque as manifestações da direita sempre ocorreram com civilidade e ordem, ao contrário do que fazem “terroristas como MST, MTST e black blocs”.

Também no Rio, o deputado estadual Alexandre Freitas (PODE) compartilhou várias imagens no Twitter que mostram representantes da esquerda “infiltrados”. Além disso, acusou que as prisões não ficaram restritas aqueles que cometeram vandalismo:

— Como em qualquer regime autoritário, as investigações e as prisões não ficarão restritas aos vândalos, que hoje são chamados de terroristas. O regime vem rasgando a Constituição e desrespeitando direitos muito antes de qualquer ato de vandalismo — escreveu.

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O vereador Fernando Holiday (Republicanos), bolsonarista conhecido de São Paulo, disse que a hipótese de agentes de esquerda infiltrados nas manifestações não pode ser descartada e também precisa ser investigada.

— A direita jamais sucumbiu a desordem e é curioso que justo nesse momento vejamos essas cenas de vandalismo — concluiu.

O parlamentar Domingos Sávio (PL), de Minas, se posicionou contra os casos de destruição de prédios, móveis e obras de arte, dizendo que não compactua com qualquer ato de violência. No entanto, segundo ele, é errado “rotular” aqueles que promoveram ou participaram dos atos de vandalismo como bolsonaristas:

— Embora eu concorde que a totalidade ou ampla maioria tenha votado em Bolsonaro, a manifestação não é “ pró-Bolsonaro “, mas contra o risco da implantação do socialismo populista. O que tensiona o Brasil é a encruzilhada entre seguirmos como uma democracia capitalista liberal ou caminharmos para um regime socialista. Sobre isto, nenhum Brasileiro tem o direito de se omitir.

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