Sonar - A Escuta das Redes
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Um mergulho nas redes sociais para jogar luz sobre a política na internet.

Informações da coluna
Por — Rio de Janeiro

A mobilização para o ato que levou milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Avenida Paulista no domingo contou com o reforço de postagens patrocinadas no Facebook e Instagram, redes sociais da Meta. Um levantamento do NetLab, laboratório da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na biblioteca de anúncios da big tech, identificou mais de 100 publicações com convocações para a manifestação em São Paulo.

Juntas, as postagens tiveram mais de 1 milhão de usuários alcançados. A lista de anunciantes inclui perfis de políticos com mandato e influenciadores bolsonaristas de diferentes estados do país. O senador Marcio Bittar (União-AC), presente no ato na capital paulista, foi um dos que pagaram para as plataformas impulsionarem suas postagens. Na publicação em questão, o parlamentar convida seguidores para participar da manifestação e aparece no vídeo ao lado do líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). Marinho diz na gravação que o chamado para os protestos é uma convocação de Bolsonaro na "defesa da liberdade e da democracia".

Já o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) optou por divulgar as orientações feitas por Bolsonaro. "Não leve cartazes, faixas ou qualquer outro tipo de material que seja com o intuito de insultar instituições ou pessoas", alertou no texto que acompanha o vídeo do ex-presidente em que foi feita a primeira convocação para o ato.

Postagem de deputado cita pedidos de Bolsonaro — Foto: Reprodução
Postagem de deputado cita pedidos de Bolsonaro — Foto: Reprodução

O também deputado federal Nicoletti (União-RR) foi na mesma linha e impulsionou uma postagem em que Bolsonaro pede que seus apoiadores se reúnam apenas na Avenida Paulista. No vídeo, Nicoletti confirma sua participação na manifestação.

O NetLab/UFRJ localizou ainda anúncios dos deputados estaduais Coronel David (PL-MS) e Coronel Neil (PL-PA), do deputado distrital Thiago Manzoni (PL) e de vereadores de cidades como Florianópolis (SC) e Jundiai (SP). Outra tendência foi a participação de pré-candidatos do pleito municipal deste ano entre os perfis que impulsionaram conteúdos com as convocações. Foram os casos, por exemplo, do vice-prefeito de Rio Claro (SP), Rogério Guedes, que vai disputar o comando da cidade, e de Bruno Marini, pré-candidato em Barra Mansa (RJ).

Postagem divulga caranava — Foto: Reprodução
Postagem divulga caranava — Foto: Reprodução

O levantamento encontrou casos de divulgação de "caravanas" de ônibus direcionadas ao deslocamento de bolsonaristas do interior de São Paulo para a capital. Um dos anúncios, feito por Ricardo Molina, coordenador regional do Republicanos em Americana e suplente na Assembleia de São Paulo, trazia um telefone para contato, além de exibir fotos de Bolsonaro e do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) na convocação.

Vereador em Jundiaí, Madson Henrique (PL) também fez um anúncio divulgando uma caravana oriunda da região. "Se você quer participar da caravana do nosso capitão dia 25/02, cadastre-se e vamos juntos", dizia a publicação.

Coordenadora do NetLab, Rose Marie Santini avalia que a amostra de anúncios reforça que, para a mobilização do último domingo, o bolsonarismo utilizou, como em outros momentos, diversas técnicas de propaganda e orquestração para incitar atos e manifestações:

— Os anúncios, pagos em sua maioria por políticos, mostra que o ato do dia 25 de fevereiro foi anabolizado por uma campanha publicitária que impactou mais de 1 milhão de pessoas nas redes sociais.

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