Sonar - A Escuta das Redes
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Um mergulho nas redes sociais para jogar luz sobre a política na internet.

Informações da coluna
Por — Rio de Janeiro

A deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP) ironizou uma postagem do PT sobre um projeto de lei protocolado pela sigla que visa proibir a mudança de domicílio eleitoral durante o exercício do mandato. "E segue o chororô", escreveu a mulher do senador Sergio Moro (União Brasil - PR) na rede social X (antigo Twitter) nesta quinta-feira. Em fevereiro, o partido acionou a Justiça para barrar a transferência do domicílio da parlamentar de São Paulo para o Paraná.

A movimentação ocorreu cerca de um mês antes do julgamento do marido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que pode levar à cassação do mandato do ex-juiz. O PT alega que Rosangela "viola frontalmente os postulados da soberania popular e da fidedignidade da representação política" com a troca.

"E segue o chororô! Zequinha deveria deixar de se preocupar comigo e pensar no que ele e a presidenta do PT podem fazer para recuperar o que resta do PT no Paraná", escreveu a deputada em referência aos deputados petistas Zeca Dirceu e Gleisi Hoffmann.

No pedido de impugnação da mudança de São Paulo para o Paraná, o PT argumenta que o Código Eleitoral veda esse tipo de troca entre diferentes estados, as chamadas "circunscrições", enquanto o mandato está em curso – o que é o caso de Rosângela, eleita em 2022.

Para o partido, a movimentação da deputada está diretamente relacionada aos possíveis desdobramentos do julgamento de Moro, já que a parlamentar está entre os nomes cotados para concorrer ao cargo do marido em caso de condenação.

A representação também lembra que, em 2022, Rosângela havia feito o movimento inverso e alterado o domicílio do Paraná para São Paulo.

Como revelou a coluna Malu Gaspar, Rosangela respondeu à Justiça que “preencheu todos os requisitos necessários” para transferir o seu domicílio eleitoral. A parlamentar também pediu que o PT seja condenado a pagar uma multa por litigância de má-fé, ou seja, por acionar a Justiça de forma irresponsável, ao entrar com uma ação contra a sua mudança de domicílio.

Rosangela avalia que o “único objetivo” da ação “natimorta” do PT é “criar um embaraço” e “constrangimento” para a sua imagem e “noticiar, mais uma vez, a oposição” da legenda contra ela.

Julgamento

A segunda sessão do julgamento das ações que pedem a cassação de Sergio Moro no TRE-PR foi encerrada nesta quarta-feira com um empate. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fevereiro, o desembargador José Rodrigo Sade votou a favor da cassação e inelegibilidade do parlamentar. A sustentação divergiu dos argumentos apresentados pelo relator, Luciano Carrasco Falavinha, no início da semana, que optou pela absolvição do ex-juiz. Sade, contudo, acompanhou o relator acerca da inexistência da prática da corrupção.

O julgamento foi suspenso após pedido de vista da desembargadora Claudia Cristina Cristofani. A Corte retoma o caso na próxima segunda-feira. Moro responde a duas ações de investigação judicial eleitoral (AIJEs) apresentadas pelo PL e pela Federação Brasil da Esperança, composta pelo PT, PV e PCdoB. A maioria dos sete membros do tribunal precisa julgar Moro como culpado para que o senador perca o mandato. Se cassado, ele também pode ficar inelegível por oito anos.

Em dezembro passado, o Ministério Público Federal se manifestou por sua cassação, sustentando que houve o abuso de poder econômico. Nos bastidores, a vaga do ex-juiz já era, inclusive, disputada em uma espécie de pré-campanha eleitoral.

Caso o mandato seja perdido, um novo pleito será disputado. Entre os possíveis postulantes, despontam Rosangela, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

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