Sonar - A Escuta das Redes
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Um mergulho nas redes sociais para jogar luz sobre a política na internet.

Informações da coluna
Por — Rio de Janeiro

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pediu nesta segunda-feira para que o príncipe da Arábia Saudita solicite de volta as joias presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro(PL). Em entrevista concedida à CNN, ele afirmou que "não há qualquer possibilidade de existir justiça" em meio a uma investigação que teria "clara intenção de perseguir" o ex-mandatário.

Na semana passada, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente e outras 11 pessoas no inquérito que apura o desvio de joias do acervo presidencial. Caberá agora à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se oferece denúncia ou pede o arquivamento do caso. Ontem, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do relatório. De acordo com a investigação, houve desvio de itens cujo valor de mercado chega a R$ 6,8 milhões.

Entre as peças estariam presentes da família real saudita. Eduardo Bolsonaro disse que os itens devem ser 'pedidos de volta'. "Por favor, Mohammad bin Salman, peça de volta esses presentes", disse o parlamentar. O filho "03" do ex-presidente também alegou que o pai devolveu "todo e qualquer presente recebido", e demonstraria como Bolsonaro "é uma pessoa desapegada, simples e que está muito bem com o seu 'G-shock (modelo de relógio masculino popular)".

Na legenda do trecho compartilhado no X (antigo Twitter), o deputado federal repete a súplica em inglês e afirma que Bolsonaro "foi o único ex-presidente do Brasil que devolveu todos os presentes que recebeu", mesmo aqueles que a comissão oficial pública encarregada determinou como personalíssimos.

— Até porque o país Brasil não tem braço para usar relógio, nem ponteiros para carregar o fuzil Caracal dos Emirados Árabes , embora Lula ainda tenha consigo o fuzil AK-47 de fabricação norte-coreana usado na guerra civil de El Salvador — acrescentou ele.

O relatório da PF, no entanto, lista indícios de que Bolsonaro tinha ciência de toda a operação que envolveu a venda e resgate dos itens, que deveriam ser de propriedade do Estado brasileiro. Entre as provas estão uma troca de mensagens em que o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, envia a Bolsonaro o link de um leilão on-line com o kit de relógio Chopard, um terço, uma abotoadura e um anel. Em resposta, o ex-presidente escreveu “selva”, jargão militar para “ok”.

No documento, a corporação afirma que o ex-presidente seria o principal beneficiário do esquema, com suspeita de receber, de “forma fracionada”, parte dos valores das joias para bancar sua estadia nos Estados Unidos, para onde embarcou em 30 de dezembro de 2022 e permaneceu até o fim de março seguinte.

Ao analisar as movimentações financeiras de Bolsonaro no período, a PF constatou que o ex-presidente “possivelmente não utilizou recursos” de suas contas no Banco do Brasil e no BB América para custear seus gastos nos Estados Unidos e que “tal fato indica a possibilidade de que os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias” podem ter sido utilizados para custear as despesas em dólar. .

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