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Um mergulho nas redes sociais para jogar luz sobre a política na internet.

Informações da coluna
Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 09/09/2024 - 11:40

Marçal supera Bolsonaro em transmissão de Malafaia na Paulista

Empresário Pablo Marçal recebeu mais menções do que Bolsonaro em transmissão de Malafaia na Paulista. Marçal citado 4032 vezes, Bolsonaro 3783. Marçal gerou polêmica ao ser barrado por Malafaia. Bolsonaro acusa Marçal de oportunismo.

O empresário e candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) recebeu mais menções que o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante transmissão realizada pelo canal do pastor Silas Malafaia no YouTube, em meio ao ato na Avenida Paulista realizado no último sábado. Marçal foi citado em 4.032 comentários na conta do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, organizador da manifestação, contra 3.783 menções ao ex-presidente.

A análise foi feita pelo pesquisador Emerson Cervi, coordenador do grupo de pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a partir de 33 mil postagens no chat ao longo de 190 minutos de transmissão.

O número de comentários total indica uma alta interatividade no conteúdo, que chegou a ter 80 mil visualizações simultâneas, tendo mais pessoas acompanhando on-line que pessoalmente. Há dois meses, na Marcha Para Jesus, o grupo de Cervi analisou as nove horas de transmissão e localizou vinte mil comentários.

Neste sábado, Marçal foi mais mencionado que o ex-presidente em dois terços do período. O pico foi, ao final, quando o empresário apareceu ao lado do carro de som. Citada por menos usuários, a presença de Bolsonaro foi mais repercutida em dois momentos, quando o ex-presidente chegou ao trio elétrico e na hora de seu discurso, ainda de acordo com os dados do pesquisador da UFPR.

Para se referir a Marçal, a amostra considerou o seu nome, o seu número de urna e seu slogan de campanha "Faz o M". Já as menções de Bolsonaro incluem o número 22, vinculado ao Partido Liberal. De forma geral, as menções a Marçal são majoritariamente positivas. Há ainda citações neutras, que consistem em questionamentos a organização como "cadê o Marçal?" ou "Marçal vai aparecer". As negativas ficaram abaixo de 2%.

Ao GLOBO, Emerson Cervi destacou pontos centrais de sua análise. Segundo ele, o número de menções não são indicativos de densidade eleitoral uma vez que quem comenta neste conteúdo é a militância. Em contrapartida, Marçal demonstrou uma maior penetração no segmento religioso.

— Apesar de não podermos dizer que é possível transferir citações em voto, o curioso é que Marçal teve esse número de citações em uma página de um líder religioso, frequentada por evangélicos, onde ele não tinha tanta entrada. O que significa que ele ta ganhando espaço no bolsonarismo religioso — analisa o pesquisador.

Troca de farpas

A presença de Pablo Marçal no ato deste sábado gerou uma série de troca de farpas. O empresário afirmou que foi impedido de subir no trio principal por Malafaia.

— Quem barrou foi o Malafaia. Se eu soubesse disso, teria ficado mais um dia em El Salvador. Eu aprendi muito lá a lidar com os criminosos — disse Marçal em seu perfil alternativo nas redes sociais.

Bolsonaro, que apoia Ricardo Nunes (MDB) na corrida de São Paulo, insinuou que houve oportunismo por parte do candidato PRTB, como mostrou O GLOBO. "O único e lamentável incidente ocorreu após o término do meu discurso (com o evento já encerrado) quando então surgiu o candidato Pablo Marçal que queria subir no carro de som e acenar para o público (fazer palanque às custas do trabalho e risco dos outros), e não foi permitido por questões óbvias", escreveu o ex-presidente em mensagem enviada a aliados.

Silas Malafaia confirmou que Marçal teve a entrada vetada, mas somente porque o evento já havia terminado. Ele se irritou com as alegações do ex-coach:

— Chegou lá dois ou três minutos depois que o evento tinha acabado. Ele quer subir para quê? Para fazer imagens para a campanha dele, para lacrar e fazer corte? Não sou idiota — disse Malafaia, ao GLOBO, no sábado.

Já Nunes teve participação discreta no ato na Avenida Paulista. Ele chegou por volta das 14h e aproveitou a presença para criar conteúdo nas redes sociais. Durante os discursos, ficou em espaço pouco visível no caminhão-palanque e não foi anunciado pelos organizadores.

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