True Crime
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Histórias, detalhes e personagens de crimes reais que mais parecem ficção

Informações da coluna

Ullisses Campbell

Com 25 anos de carreira, sempre atuou como repórter. Passou pelas redações de O Liberal, Correio Braziliense e Veja. É autor da coleção “Mulheres Assassinas”

Por — São Paulo

Como o blog True Crime revelou nesta segunda-feira, Suzane von Richthofen, depois que deixou a prisão, em janeiro de 2023, abriu um ateliê de costura para customizar sandálias, confeccionar bolsas, capa para computadores e até estofados, mas enganou compradores sobre ser ela própria a produzir os itens à mão. As chorumelas da sua clientela, porém, não são os únicos abacaxis que Suzane tem de descascar na carreira de empreendedora.

Desde que anunciou um modelo de sandálias de tiras de borracha da Gucci, os consumidores passaram a questionar a autenticidade dos produtos da grife “Su Entrelinhas” — como a marca foi batizada. O modelo apresentado no catálogo de Suzane estava personalizado com o nome do cliente e era oferecido por uma pechincha: R$ 160, já que, a rigor, trata-se de um produto de alto luxo.

Acontece que a famosa marca italiana não fabrica esse modelo de calçado. O GLOBO enviou uma foto da sandália vendida por Suzane à Gucci e recebeu como resposta que o modelo em questão não é autêntico.

Suzane von Richthofen na máquina de costura — Foto: Reprodução
Suzane von Richthofen na máquina de costura — Foto: Reprodução

No e-mail-resposta, a Gucci escreveu: “Para validar a autenticidade, a Gucci aconselha confiar no comprovante de compra original de uma boutique Gucci, Gucci.com ou revendedor autorizado. Os produtos Gucci autênticos são vendidos exclusivamente através da Gucci.com, uma rede de boutiques Gucci operadas diretamente ou franqueadas e através de um pequeno número de lojas de departamentos. A lista completa está disponível em nosso site”.

Nessa lista, há dezenas de estabelecimentos espalhados pelo mundo. A “Su Entrelinhas” não está lá.

Já no último dia 4 de janeiro, Suzane apresentou uma sandália havaiana customizada com fio de strass e meia cana ao preço de R$ 150. Várias artesãs vendem produtos semelhantes a R$ 80. Nas redes sociais, as concorrentes de Suzane reclamam do alto preço cobrado por ela.

“Customizo sandálias há dez anos e os preços dos meus produtos são 40% menores do que os dessa assassina. Terei que cometer um crime para valorizar os meus produtos?”, questionou a artesã Celeste Garcia da Costa, de 48 anos, moradora do Rio de Janeiro.

Site da loja aberta por Suzane — Foto: Reprodução
Site da loja aberta por Suzane — Foto: Reprodução
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