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Por Jane L. Levere, The New York Times

A comida — esse objeto de interesse universal — é coisa séria em muitos centros norte-americanos, e não seria diferente em Nova York. Ali, há um sem-fim de delicatessens, e a cidade tem uma longa relação com a ostra. "Comida em Nova York: além do prato" é uma das muitas exposições sobre o tema organizadas ao redor do país, enquanto outras – como aquela sobre as obras relacionadas a alimentos da coleção de Jordan D. Schnitzer e a que aborda a ascensão dos estabelecimentos de culinária judaica nos EUA – estão sendo levadas a várias instituições.

A primeira, inaugurada recentemente no Museu da Cidade de Nova York e em cartaz até 30 de setembro de 2023, foi inspirada em uma mostra de 2019 com nome semelhante no Museu Victoria & Albert de Londres, que "explorou os experimentos atuais de cada fase do sistema alimentar, da compostagem à mesa".

Como seria de esperar, a versão do lado de cá do Atlântico foi adaptada, segundo o museu, e "foca os sistemas alimentares e gastronômicos da Big Apple (…), baseada em questões de sustentabilidade e resiliência, justiça laboral e acesso equitativo à comida".

O carrinho de rua 'Pimp My Piragua' de Miguel Luciano, em primeiro plano, e o projeto fotográfico de Máximo Colón, 'Nourishers', à direita, parte da exposição 'Food in New York: Bigger Than the Plate',  no Museu da Cidade de Nova York até setembro de 2023 — Foto: Brad Farwell via The New York Times
O carrinho de rua 'Pimp My Piragua' de Miguel Luciano, em primeiro plano, e o projeto fotográfico de Máximo Colón, 'Nourishers', à direita, parte da exposição 'Food in New York: Bigger Than the Plate', no Museu da Cidade de Nova York até setembro de 2023 — Foto: Brad Farwell via The New York Times

Por isso, ressalta desde as ostras recolhidas pelo povo lenape, antes da chegada dos holandeses, até a forma como a comida é comercializada na cidade, incluindo os vendedores de rua, as lojas de conveniência (bodegas) e os 23 mil restaurantes locais, além de abordar as vulnerabilidades do sistema. Inclui as obras de mais de 20 artistas e designers contemporâneos que usam "seu talento para criar soluções para os desafios locais e mundiais relacionados à alimentação", como descreve o museu. Entre elas estão "Biosfera", de Mary Mattingly, descrita como "um ecossistema estrutural de cultivo de plantas nativas em água salgada"; fotos de Maximo Colon que mostram "nutridores" nos bairros do Harlem e do East Harlem; e uma colmeia portátil de Jan Mun.

Monxo Lopez, curador associado do museu e da mostra, ao lado de Fabio Parasecoli, professor de estudos alimentares do departamento de análises nutricionais e alimentares da Universidade de Nova York, descreve a exposição como "um pouco mostra de arte, um pouco resenha histórica". "O foco é realmente o desespero geral na busca de uma saída para esses desafios imensos; precisamos das ideias de artistas e designers para buscar soluções criativas, fora da caixa."

"Alimento para a mente" ("Food for Thought", no original em inglês, jogando com a expressão "para fazer pensar"), organizada pelo Museu da Indústria de Baltimore, traz fotos feitas por J.M. Giordano de comidas e das pessoas que trabalham na cozinha das escolas públicas da cidade e que prepararam e distribuíram mais de 88 mil refeições diárias no ano letivo 2021-22, além de entrevistas com elas, feitas pelo produtor de uma rádio local, Aaron Henkin. Em exibição no saguão da sede da educação municipal até junho de 2023 e on-line; uma mostra mais ampla sobre os empregados será inaugurada no museu em janeiro de 2023.

Uma foto de folheto mostra a 'Pirâmide Alimentar' de Chris Antemann na exposição 'The Art of Food' no Jordan Schnitzer Museum of Art da Portland State University — Foto: Chris Antemann/Meissen via The New York Times
Uma foto de folheto mostra a 'Pirâmide Alimentar' de Chris Antemann na exposição 'The Art of Food' no Jordan Schnitzer Museum of Art da Portland State University — Foto: Chris Antemann/Meissen via The New York Times

— O museu está muito feliz por poder dar destaque àqueles que cuidaram dos alunos e de seus familiares ao longo de toda a pandemia. De fato, em alguns casos, a merenda era a única coisa que tinham para comer. A insegurança alimentar é um problema sério na nossa cidade; 23,5% da população e 28,3% das crianças vivem em áreas com acesso restrito a alimentos frescos — disse Beth Maloney, diretora de interpretação da instituição e membro da equipe de curadores da exposição.

Uma opção mais exuberante é a "Sovado: histórias de pão em Los Angeles", do Museu de História Natural do condado de Los Angeles, que está sendo atualizada agora no mês de novembro e ficará em cartaz indefinidamente. Destaca os padeiros de mais de 20 nacionalidades que trabalham em minicentros comerciais, restaurantes temporários (pop-up), food trucks e padarias de esquina da cidade. Segundo a instituição, "os padeiros de Los Angeles adoram criar novidades para a comunidade, mas principalmente reconhecem que o alimento vai além da nutrição — constrói comunidades. A presença e o consumo do pão no mundo inteiro, por pessoas de todas as camadas sociais, criam uma linguagem universal. Nos tempos mais difíceis, ele tem a capacidade de unir as pessoas".

"A Arte da comida", criada há cerca de um ano no Museu de Arte da Universidade do Arizona, em Tucson, a partir da coleção de Jordan D. Schnitzer, de Portland, no Oregon, reúne mais de cem obras inspiradas pelo tema de 30 artistas, incluindo Andy Warhol, Lorna Simpson, Enrique Chagoya e Hung Liu. Está em cartaz no Museu de Arte Jordan Schnitzer, na Universidade Estadual de Portland, no Oregon, e irá para o Centro de Arte Contemporânea de Oklahoma, em Oklahoma City, em fevereiro.

Um menu da Reuben’s Delicatessen de 1946, parte da exposição 'I’ll Have What She’s Eating’: The Jewish Deli', que viajará para a New York Historical Society em novembro — Foto: Biblioteca Patricia D. Klingenstein/Sociedade Histórica de Nova York via The New York Times
Um menu da Reuben’s Delicatessen de 1946, parte da exposição 'I’ll Have What She’s Eating’: The Jewish Deli', que viajará para a New York Historical Society em novembro — Foto: Biblioteca Patricia D. Klingenstein/Sociedade Histórica de Nova York via The New York Times

— Comida é um tema complexo, não só pela necessidade física, mas por ser elemento integrante de nossas comunidades, relações, culturas e lembranças. É um bem, um produto de troca, um meio de subsistência e tem implicações éticas, mas muitas vezes as pessoas não percebem as inúmeras maneiras como pode ser analisada — afirma Olivia Miller, diretora interina e curadora de exposições do museu do Arizona, responsável pela montagem da mostra.

"'Vou querer o que ela está comendo': a delicatessen judaica", inaugurada no início do ano no Centro Cultural Skirball, em Los Angeles, irá para a Sociedade Histórica de Nova York em novembro, onde será expandida para incluir fotos dos estabelecimentos locais, objetos pessoais dos donos e figurinos da série "Maravilhosa Sra. Maisel". Em maio de 2023, seguirá para o Museu do Holocausto de Houston e, a seguir, irá para o Centro Educativo e Museu do Holocausto de Illinois, na cidade de Skokie.

Em relação ao futuro, em fevereiro o Bard Graduate Center de Nova York oferecerá "À Mesa Europeia 1500-1800" para explorar a história dos costumes e da cultura alimentares da Itália, da Alemanha, da França, da Inglaterra e dos Países Baixos.

Uma gravura do século XVII faz parte da mostra 'Staging the Table in Europe 1500-1800' no Bard Graduate Center, em Nova York — Foto: Universidade de Chicago/Bard Graduate Center via The New York Times
Uma gravura do século XVII faz parte da mostra 'Staging the Table in Europe 1500-1800' no Bard Graduate Center, em Nova York — Foto: Universidade de Chicago/Bard Graduate Center via The New York Times

Mas os fãs de comida e de museus podem também combinar suas paixões em casa: recentemente, a Rizzoli publicou "Cocktails with a Curator", coletânea de artigos baseada na série "The Frick Collection", extremamente popular, criada no primeiro ano da pandemia e vista no YouTube por mais de dois milhões de pessoas. Em 65 episódios, traz sempre um curador diferente para analisar uma das obras da coleção do museu — pintura, escultura, peça decorativa — e um coquetel relacionado a ela.

Um bom exemplo é o do capítulo final, no qual Aimee Ng fala sobre "Selina, Lady Skipwith", de Joshua Reynolds, e dá a receita do Asparagus Fizz que, segundo o museu, "foi inspirado por uma nota de 1828 no diário de Selina, na qual ela relata ter provado o legume pela primeira vez". A curadora divide com Xavier F. Salomon, vice-diretor e curador principal do Frick, e Giulio Dalvit, curador assistente de esculturas do Frick, a autoria do livro, que também inclui as receitas dos coquetéis.

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