Boa Viagem
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Por Eduardo Maia — Rio de Janeiro

Deslizar sobre a Mata Atlântica preso ao cabo de uma tirolesa, caminhar em silêncio por um jardim sensorial cercado por montanhas, visitar ruínas de uma cidade fantasma, virar noites em boate quase à beira-mar ou saborear camarões fresquinhos num restaurante aonde só se chega de barco? Qualquer uma das opções acima é a resposta certa para a questão “quais são seus planos ideais para as próximas férias”. E todas fazem parte do catálogo de experiências que um viajante pode encontrar no Estado do Rio de Janeiro.

Para os padrões brasileiros, o território fluminense é relativamente pequeno, e aí está sua grande vantagem. Poucas horas de carro ou ônibus separam a capital e outras cidades da Região Metropolitana de cachoeiras preservadas, de fazenda históricas e de hotéis “pé na areia” ou com “clima de montanha”. As opções são tão variadas que conseguem atender aos mais diversos tipos de viajante.

Para facilitar os planos de quem pretende pegar a estrada no período de férias de meio do ano, ou no futuro próximo, o Boa Viagem traz nesta edição especial sugestões de passeios e programas para cinco perfis de famílias.

Para a Família Indiana Jones, por exemplo, aventura nunca é demais, e doses extras de adrenalina podem ser encontradas de parques aquáticos a corredeiras naturais. Já a Família Gourmet tem fome de novas experiências gastronômicas. A Família Cultural, por sua vez, não quer só comida e se diverte em museus e sítios históricos.

Há quem goste da badalação dos centrinhos urbanos, como a Família do Barulho. E quem queira apenas se meter no mato para relaxar, fazendo uma caminhada ou apenas meditando, como a Família Zen.

Família Indiana Jones

Crianças ao lado da reprodução de um Tiranossauro Rex no parque Terra dos Dinos, em Miguel Pereira, no Estado do Rio — Foto: Eduardo Maia
Crianças ao lado da reprodução de um Tiranossauro Rex no parque Terra dos Dinos, em Miguel Pereira, no Estado do Rio — Foto: Eduardo Maia

Se o intrépido arqueólogo e explorador Indiana Jones desembarcasse no Estado do Rio, não poderia reclamar de tédio. Na falta de relíquias bíblicas para serem resgatadas ou vilões nazistas a serem derrotados, o personagem, que volta novamente às telas no cinema interpretado por Harrisson Ford, encontraria por aqui muitas atividades radicais, ótimas para as famílias com o mesmo espírito aventureiro.

Um dos lugares a serem visitados é o município de Casimiro de Abreu, numa zona de transição entre a Região dos Lagos e a Região Serrana. Lá, agências locais oferecem atividades radicais como canoagem e rafting pelas corredeiras do Rio Macaé, caminhadas e escaladas no Morro de São João, de 800 metros de altura, além de trilhas de mountain bike e motocicleta. Quem quiser relaxar um pouco entre uma aventura e outra pode navegar pelo tranquilo Rio São João, ideal para passeios de caiaque, canoa e stand-up paddle.

Mesmo com tantos atrativos naturalmente radicais, há espaço para um feito pelo homem. Com 49,9 metros de altura, o toboágua Kilimanjaro é reconhecido, já há alguns anos, pelo livro “Guinness World Records” como o mais alto do mundo. Na descida, numa inclinação de 60°, o visitante chega a uma velocidade de 100km/h. O brinquedo é o maior (literalmente) destaque do Aldeia das Águas Park Resort, parque aquático em Barra do Piraí, a menos de duas horas de distância da cidade do Rio.

Principal atração do Aldeia das Águas Park Resort, em Barra do Piraí, o Kilimanjaro tem quase 50 metros de altura e é considerado o toboágua mais alto do mundo — Foto: Reprodução / Aldeia das Águas Park Resort
Principal atração do Aldeia das Águas Park Resort, em Barra do Piraí, o Kilimanjaro tem quase 50 metros de altura e é considerado o toboágua mais alto do mundo — Foto: Reprodução / Aldeia das Águas Park Resort

O complexo tem outros brinquedos com alguma dose de adrenalina, como o Side Winter, uma rampa em forma de U de dez metros de altura, onde se desliza numa boia dupla, e a piscina de ondas. É o lugar perfeito para relaxar depois de tanta aventura, com playgrounds molhados para crianças e um rio lento.

Nos cinemas, Indiana Jones nunca precisou enfrentar animais pré-históricos. Mas se visitasse Miguel Pereira, acabaria topando com mais de 40 dinossauros — calma, Indy, são de mentira. As reproduções em tamanho real, e boa parte com movimentos e sons, fazem parte do Terra dos Dinos, parque temático aberto em 2022 às margens da RJ-125.

Os dinos são as estrelas do parque, mas há mais para se fazer. Quem quiser mais emoção pode fazer um percurso de arvorismo ou encarar a tirolesa, que percorre 300 metros a uma altura que chega a cem metros em determinados pontos, cruzando uma área preservada de Mata Atlântica.

Família Zen

A instalação que reproduz um par de asas é o ponto mais fotografado do Uaná Etê, jardim botânico e artístico em Engenheiro Paulo de Frontin, no Vale do Café — Foto: Eduardo Maia
A instalação que reproduz um par de asas é o ponto mais fotografado do Uaná Etê, jardim botânico e artístico em Engenheiro Paulo de Frontin, no Vale do Café — Foto: Eduardo Maia

Férias são o momento ideal para descansar a mente, ainda que o corpo se mantenha em movimento. De Norte a Sul do Estado do Rio, não faltam destinos onde é possível se conectar com a natureza e se desligar de problemas do dia a dia.

Um bom lugar para isso é o Uaná Etê, combinação de jardim ecológico e galeria de arte a céu aberto em Engenheiro Paulo de Frontin, no meio do caminho entre Miguel Pereira e Vassouras, na Vale do Café. O lugar é tão propício para o modo off-line que nem sinal de internet tem. Tanto que a administração do atrativo orienta que os visitantes que comprarem o ingresso com antecedência já cheguem com eles impressos.

Numa área de 135 mil metros quadrados, cercada por morros, existem mais de 30 jardins (o número tem aumentado de ano para ano) onde se vê uma grande variedade de plantas, como lavanda, flor de lótus, orquídeas, azaleias, cactos, lírios e girassóis, estes últimos as mais recentes estrelas do lugar — a próxima floração deve acontecer em meados de julho.

Entre as instalações artísticas, o destaque é o Labirinto da Música, onde o ideal é caminhar em silêncio, mas interagindo com os instrumentos que surgem pelo caminho. Em outra parte do parque, o Jardim dos Sinos é outro que convida à interação. Bem ao lado, um clássico das redes sociais: impossível ir embora sem ao menos fazer uma foto diante do grande par de asas.

Passarinho entre flores no hotel Rosa dos Ventos, em Teresópolis: Estado do Rio é um destino bastante procurado para observação de aves — Foto: Divulgação
Passarinho entre flores no hotel Rosa dos Ventos, em Teresópolis: Estado do Rio é um destino bastante procurado para observação de aves — Foto: Divulgação

Falando em belezas aladas, outra atividade em meio à natureza em que o silêncio e a contemplação valem ouro é a observação de pássaros, ou bird watching, como é conhecido entre os muitos turistas estrangeiros que viajam para o Estado do Rio somente para isso. Um dos melhores locais para se avistar aves da fauna local é o Parque Estadual do Desengano, que abrange os municípios de Santa Maria Madalena, Campos dos Goytacazes e São Fidélis, no Norte Fluminense.

De acordo com os administradores da unidade de conservação, cerca de 500 espécies já foram avistadas por lá, sendo 65 ameaçadas de extinção. A observação de pássaros é uma atividade oferecida também por hotéis do estado, como o Rosa dos Ventos, em Teresópolis, e o Villa São Romão, em Lumiar (Nova Friburgo), além da Fazenda Bananal,em Paraty, que, de tempos em tempos, organiza saídas guiadas por ornitólogos.

Som de passarinho também não falta nas unidades de conservação ambiental do estado. Algumas oferecem boa estrutura para visitantes, como os parques nacionais de Itatiaia, no Sul Fluminense, e da Serra dos Órgãos, que tem sua principal entrada em Teresópolis. Em ambos, há trilhas para os mais diversos níveis de experiência e preparo físico.

Família Cultural

Visitantes tiram fotos nas ruínas do Parque Arqueológico e Ambiental São João Marcos, no município de Rio Claro, no sul do Estado do Rio — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Visitantes tiram fotos nas ruínas do Parque Arqueológico e Ambiental São João Marcos, no município de Rio Claro, no sul do Estado do Rio — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Os livros escolares podem até ficar fechados durante as férias, mas há sempre coisas novas para aprender durante uma viagem. Exemplo: a história de uma cidade fantasma em pleno Vale do Café.

Em funcionamento desde 2011 no município de Rio Claro, o Parque Arqueológico e Ambiental São João Marcos preserva as ruínas de casarões, prédios públicos, ruas e pontes da cidade de São João Marcos, que surgiu em 1739, enriqueceu no Ciclo do Café e foi abandonada em 1940, para ser alagada durante a construção de uma usina hidrelétrica. A visitação é gratuita, e o material informativo e os guias ajudam os turistas a imaginarem como era a vida naquele lugar, ao mesmo tempo em que caminham por uma terreno já retomado pela natureza.

Rio Claro fica numa região de encontro entre o Vale do Café e a Costa Verde, duas regiões ricas em cidades históricas. No litoral, Paraty exibe seu centro colonial preservado como um museu a céu aberto. No interior, uma enorme lista de fazendas do período cafeeiro fazem a fama de cidades como Valença, Rio das Flores, Piraí e Vassouras. Esta última, aliás, ganhará uma nova atração cultural, o Museu Vassouras, que deve abrir no segundo semestre de 2023 na Praça Barão de Campo Belo.

Outra região obrigatória para quem quer aprender mais sobre a história do estado — e do Brasil, como um todo — é a Serra Verde Imperial, que não tem esse nome à toa. Endereço de veraneio da família real, Petrópolis ainda preserva seu passado monárquico, especialmente no imponente Museu Imperial. Mas há outras atrações na cidade, como a Casa de Petrópolis (antiga Casa dos Sete Erros), com sua movimentada agenda de shows e exposições, e museus de todo o tipo, dedicados a coleções que vão de brinquedos antigos a peças de porcelana.

Família Gourmet

Arroz de pato, salsa verde, salada de ervas e queijo tulha, um dos pratos do Sítio Gastronômico, restaurante em Secretário, Petrópolis — Foto: Divulgação / Tomás Rangel
Arroz de pato, salsa verde, salada de ervas e queijo tulha, um dos pratos do Sítio Gastronômico, restaurante em Secretário, Petrópolis — Foto: Divulgação / Tomás Rangel

Comer — e não apenas se alimentar — é parte importante de qualquer viagem. Mas há quem dê à gastronomia um protagonismo na hora de escolher o destino e planejar o roteiro. Um bom restaurante, para este tipo de turista, vale tanto quanto uma praia de cartão-postal ou um prédio histórico. E o território fluminense é campo fértil para experiências gastronômicas.

A Região Serrana, por exemplo, tem servido de refúgio para talentosos chefs de cozinha, interessados na combinação de ar puro e ingredientes frescos. Foi o que levou a chef Anna Dolezal para Secretário, na zona rural de Petrópolis. Ao lado do marido, Lucca Medeiros, ela abriu em 2019 o Sítio Gastronômico, um restaurante que funciona apenas nos fins de semana e tem o cardápio muito baseado na produção da região, alguns deles colhidos na horta do próprio sítio.

O menu, em três etapas, muda com frequência, e atualmente conta com pratos como o arroz de pato com salsa verde, salada de ervas e queijo tulha e o bombom de baroa, queijo de cabra e cogumelos. Para sobremesa, um sucesso da casa é o quindim de maracujá com sorvete de coco queimado.

Ainda em Petrópolis, boas opções para viajantes que amam comer bem são pousadas butique em bairros fora do centro, como as tradicionais La Belle Bruna(Araras), Locanda de la Mimosa (Fazenda Inglesa) e Casa Marambaia (Corrêas), todas com restaurantes próprios.

O Rocka Restaurant & Beach Lounge tem ótima cozinha de frente para a Praia Brava, em Búzios  — Foto: Divulgação
O Rocka Restaurant & Beach Lounge tem ótima cozinha de frente para a Praia Brava, em Búzios — Foto: Divulgação

Boas experiências gastronômicas podem ser encontradas também à beira-mar. Ou praticamente com o pé na areia, como é o caso doRocka Restaurante & Beach Lounge, em Búzios. O restaurante, com quase 15 anos de existência, fica debruçado sobre a Praia Brava, um cantinho ainda relativamente tranquilo da concorrida orla da cidade. Mesas, cadeiras, espreguiçadeiras e colchões na areia conferem um clima de clube de praia e fazem do restaurante um programa por si só. Para quem quer um pouco mais de conforto, há o salão, com janelões com vista para o mar.

O responsável pela cozinha é o chef argentino Gustavo Rinkevich, cuja experiência em restaurantes mediterrâneos, como o Ama Lur, em Ibiza, e o Mirazur, na Riviera Francesa, se traduz no cardápio, muito centrado em frutos do mar, que chegam diariamente das águas da própria Região dos Lagos. No menu também há espaço para a charcutaria, produzida pelo próprio Rinkevich.

Para uma experiência mais autêntica, que tal explorar os restaurantes das comunidades caiçaras da Costa Verde? Em Paraty, o camarão costuma ser a estrela das panelas da Ilha do Araújo nos meses de junho e julho, após o período do defeso. Em Angra, o Costa das Canoas, na Ilha da Gipoia, serve um convidativo camarão na moranga, com o charme de um restaurante aonde só se chega de barco.

Família do Barulho

Frequentadores dos bares nos arredores da Praça da Matriz, no centro histórico de Paraty, no Estado do Rio — Foto: Luciola Villela / Agência O Globo
Frequentadores dos bares nos arredores da Praça da Matriz, no centro histórico de Paraty, no Estado do Rio — Foto: Luciola Villela / Agência O Globo

O som dos passarinhos, o ronco das ondas do mar, o silêncio das montanhas. Tudo isso pode agradar a muita gente, mas há um tipo de viajante que busca exatamente o contrário. É no agito dos centrinhos das cidades que eles encontram a verdadeira diversão das férias. Para estas “família do barulho”, a graça está nas ruas cheias de gente e nos bares com mesas nas calçadas e música ao vivo.

Fora da Região Metropolitana, a cidade fluminense que exibe mais orgulhosa o DNA da badalação é Búzios — aliás, desde os tempos em que Brigitte Bardot revelou ao mundo aquela então pacata vila de pescadores, nos anos 1960. A artéria principal da agitação na cidade é formada pela Rua das Pedras e sua continuação costeira, a Orla Bardot. Nessa sucessão de lojas, lanchonetes, hotéis e restaurantes e bares onde o vaivém de pessoas é incessante, não importa a hora do dia.

Mas é à noite em que ele fica mais intenso. A região abriga bares com tradição em apresentações musicais, dos mais variados estilos, como Pátio Havana e Zapata Bar, com artistas que vão dos ritmos latinos ao pagode. Para quem tem mais disposição, as pistas de dança das boates Privilége (que completa 20 em 2023) e Club 151, que ocupa o espaço da antiga Pachá, são destino certo.

Frequentadores relaxam e assistem a um show no Fishbone Búzios, um dos pontos mais agitados da Praia de Geribá — Foto: Reprodução / Facebook / Fishbone Búzios
Frequentadores relaxam e assistem a um show no Fishbone Búzios, um dos pontos mais agitados da Praia de Geribá — Foto: Reprodução / Facebook / Fishbone Búzios

A animação de Búzios, no entanto, não cabe apenas no eixo Rua das Pedras-Orla Bardot. O polo gastronômico do Porto da Barra, em Manguinhos, com restaurantes e bares, é uma boa opção. Assim como a equação bons drinque + pôr do sol + DJ à beira-mar no Fishbone Café, na Praia de Geribá.

Bem mais ao sul no litoral do estado, o centro histórico de Paraty é outro que atrai a atenção dos viajantes mais animados. Do começo da manhã ao início da madrugada, o formigueiro humano se espalha pelas ruas de calçamento de pedra, cheias de bares, restaurantes e lojas que vendem desde cachaças feitas nos alambiques da região a peças de estilistas e designers radicados na cidade.

Um ponto especialmente movimentado à noite é o entorno da Praça da Matriz: os bares tomam as ruas com mesas e cadeiras e as crianças correm na praça e na quadra poliesportiva ao lado da igreja. Afinal, é de pequeno que se forma um viajante “do barulho”.

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