Depois de uma longa ausência (que começou ainda com a pandemia de Covid-19), a South African Airways (SAA) voltará a voar para o Brasil esta semana. Na terça-feira (31 de outubro), estreia sua rota entre a Cidade do Cabo e Guarulhos. No dia 6 de novembro será a vez do retorno da ligação direta de Johannesburgo com o aeroporto internacional de São Paulo. Com essas novas opções, a companhia aérea sul-africana quer se consolidar como um hub no continente para os brasileiros.
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Utilizando aviões modelo A330-300, para 203 passageiros na classe econômica e 46 na executiva, a companhia voará quatro vezes por semana para o Brasil: terças e sábados, saindo da Cidade do Cabo, e segundas e quintas de Johannesburgo. O voo SA 0226 partirá da Cidade do Cabo às 12h55m (horário local) e chegará a São Paulo às 16h35m (horário de Brasília). No sentido contrário, o SA 0227 decolará às 18h05m e pousará no litoral sul-africano às 06h40m . De Johannesburgo, o voo SA 0222 sairá às 11h20m e chegará em Guarulhos às 16h15m, com retorno como SA 0223, saindo de São Paulo às 17h45m e chegando a Johannesburgo às 07h45m do dia seguinte.
Devido à distância relativamente curta de São Paulo para a África do Sul, numa rota de pouco mais de oito horas para Johannesburgo e cerca de sete horas e meia para Cidade do Cabo voando pelo Atlântico Sul, o novo serviço pode atrair brasileiros interessados em voos mais longos, numa alternativa a rotas para hubs no Oriente Médio, como Dubai e Doha. E também para dentro do continente africano, claro.
— Devido ao nosso ponto geográfico único e privilegiado, o Aeroporto Internacional O.R. Tambo, em Johannesburgo, servirá como ponto de conexão para qualquer ponto da Ásia, África e Austrália para passageiros originários da região sul-americana — diz o diretor comercial da SAA, Tebogo Tsimane. — Com nossa frota própria, além da Cidade do Cabo e Durban, podemos conectar os passageiros a destinos como Accra (Gana), Blantyre/Lilongwe (Malaui), Harare (Zimbábue), Kinshasa (República Democrática do Congo), Lagos (Nigéria), Lusaka (Zâmbia), Victoria Falls (Zimbábue) e Ilhas Maurício. Além disso, temos várias parcerias com companhias aéreas (incluindo a Star Alliance) que oferecem ao mercado brasileiro uma infinidade de opções adicionais para voos de conexão.
Para além do O.R. Tambo, Tsimane aposta no aeroporto da Cidade do Cabo como outro potencial hub, impulsionado pelo crescimento do destino, no litoral sul do país, no cenário turístico internacional.
— O Aeroporto Internacional da Cidade do Cabo teve um crescimento exponencial nos últimos anos, também atribuído aos efeitos consequentes da pandemia da Covid-19. Continuamos otimistas de que o ele poderá desempenhar um papel importante em nossos planos de crescimento futuro para reconectar a África do Sul ao continente africano e ao mundo — afirma o executivo, lembrando que o destino recebeu, recentemente, o título de Melhor Cidade do Mundo pelo Telegraph Travel Awards 2023.
Tsimane acredita que a relação de longa data entre Brasil e África do Sul, ambos parceiros, inclusive, no crescente bloco econômico Brics, ajudará no sucesso dos novos voos.
— Mesmo sem nenhum voo direto entre os dois países nos últimos meses, os brasileiros continuaram viajando para a África do Sul, fazendo conexão em outros grandes centros internacionais. A demanda por viagens continua forte. A América do Sul é um dos maiores mercados de turismo para os viajantes africanos. A taxa de câmbio na África do Sul é um dos pontos mais positivos para os sul-americanos, e a África do Sul continua sendo um destino acessível para os viajantes sul-americanos.
As rotas de Cidade do Cabo e Johannesburgo para São Paulo são as primeiras intercontinentais da SAA desde o seu processo de recuperação econômica. Atingida em cheio pela pandemia de Covid-19, que forçou a suspensão total de sua atividade, a companhia aérea entrou em crise em 2020 e precisou ser refundada em meados de 2021, quando o governo da África do Sul passou 51% das ações para um consórcio privado, também sul-africano.
— Ter as novas rotas para o Brasil neste momento de reconstrução da SAA representa uma ocasião importante não apenas para a companhia, mas também para a África do Sul e o continente africano, pois o retorno dos serviços possibilitará uma oportunidade de crescimento catalítico para nossos respectivos países, permitindo também o comércio internacional e o fluxo de passageiros e cargas — ressalta Tsimane.
Os novos voos da SAA reforçam um momento de aumento das conexões aéreas entre Brasil e África. Em setembro, a Latam também retomou sua rota entre São Paulo e Johannesburgo, igualmente suspensa durante a pandemia. De Guarulhos para a cidade sul-africana os aviões modelo Boeing 787-900 para 300 passageiros decolam às 17h25m de sábado, segunda e quinta-feira. No sentido contrário, a saída acontece às 13h05m de domingo, terça e sexta-feira.
Entre outras opções regulares de ligação aérea direta para brasileiros que pretendem viajar ao continente africano estão a angolana TAAG, que desde agosto oferece seis frequências semanais entre São Paulo e Angola, e a Ethiopian Airlines, que voa todos os dias de Adis Abeba para Guarulhos, de lá para Buenos Aires.