Boa Viagem
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Por , O Globo

Nem só de praias, passeios de barco ou atividades náuticas se faz o turismo do Estado do Rio. No leque de atrações disponíveis para o visitante, há cidades históricas, museus de todos os tipos, expressões culturais bem preservadas, atividades radicais, vivências na zona rural e muita opção de contato com a natureza. Ou seja, uma grande variedade de roteiros temáticos, com a vantagem de ter distâncias relativamente curtas entre as diversas regiões do território fluminense.

Em algumas horas, por exemplo, é possível sair dos dias atuais e chegar a algum ponto entre o século XVIII e início XIX, período que ficou congelado no tempo no Centro Histórico de Paraty. O conjunto de ruas de calçamento de pedra, igrejas e casas em estilo colonial (quase todas brancas, com janelas, portas e outros detalhes pintados em cores fortes) é um tesouro tombado pelo Iphan e parte da paisagem é listada pela Unesco como Patrimônio Mundial, junto com a Ilha Grande.

A forma mais agradável de se conhecer o lugar é caminhando sem destino, se perdendo no labirinto colonial. Mas vale contratar um guia local para explicar um pouco da rica história do lugar, sua importância no Ciclo do Ouro, na produção de cana-de-açúcar e cachaça (bebida que, não à toa, é conhecida também como parati) e as causas de seu declínio, que também permitiu que se preservasse tão bem seu jeito antigo.

Entre os pontos obrigatórios estão a Casa da Cultura, museu que conta um pouco da história da cidade e expõe obras de artistas locais, e o Museu de Arte Sacra, que funciona dentro da Igreja de Santa Rita, a mais antiga do centro histórico, erguida em 1722, e uma das quatro do período colonial.

Na cidade de Pedro

Fachada do Museu Imperial, antigo palácio de verão de onde Dom Pedro II despachava em suas temporadas em Petrópolis, Região Serrana do Rio — Foto: Divulgação / Ministério do Turismo / Wania Corredo
Fachada do Museu Imperial, antigo palácio de verão de onde Dom Pedro II despachava em suas temporadas em Petrópolis, Região Serrana do Rio — Foto: Divulgação / Ministério do Turismo / Wania Corredo

Se Paraty transporta o visitante para o Brasil Colônia, Petrópolis ostenta a grandiosidade do período imperial, e toda pompa que se manteve na Região Serrana nas décadas seguintes.

Na “cidade de Pedro”, em alusão ao segundo imperador do país, responsável por sua fundação, em 1845, o visitante encontra uma coleção de palácios e palacetes e ruas e alamedas planejadas que ainda hoje impressionam. O principal cartão-postal é o palácio de onde Pedro II despachava nos meses mais quentes do ano, cercado por muitos membros da corte.

Transformado em Museu Imperial, ele hoje abre suas portas a plebeus, desde que calçados com pantufas para não arranharem o piso de madeira original. Em suas salas e galerias, é possível ver móveis da época, obras de arte e a luxuosa coroa imperial, com armação de ouro, 639 diamantes e 77 pérolas.

Objetos referentes ao 14-Bis no Museu Casa de Santos Dumont, que já pertenceu ao célebre inventor brasileiro, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio — Foto: Divulgação / Ministério do Turismo / Wania Corredo
Objetos referentes ao 14-Bis no Museu Casa de Santos Dumont, que já pertenceu ao célebre inventor brasileiro, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio — Foto: Divulgação / Ministério do Turismo / Wania Corredo

A pé ou a bordo das charretes elétricas (tuk-tuks que substituíram os carros puxados por animais em 2021), o turista pode explorar as ruas da parte antiga da cidade. A Avenida Koeler, que leva o nome do engenheiro responsável pelo primeiro plano urbanístico, abriga construções importantes como o Palácio Rio Negro (hoje um museu), a Casa da Princesa Isabel e a neogótica Catedral de São Pedro de Alcântara, cuja torre central alcança 70 metros de altura (e sim, dá para subir até o topo).

O mapa turístico conta ainda com outras paradas importantes que ajudam a contar a história da cidade, como o Palácio de Cristal, o Palácio Quitandinha (hoje um centro cultural e hotel administrado pelo Sesc) e a Casa Museu de Santos Dumont, que guarda importante acervo do inventor brasileiro, e que foi reaberta ao público em setembro, após um período em obras.

Outras tradições

Jongo no Quilombo da Machadinha, em Quissamã, no Norte Fluminense — Foto: Eduardo Maia / O Globo
Jongo no Quilombo da Machadinha, em Quissamã, no Norte Fluminense — Foto: Eduardo Maia / O Globo

Longe dos palácios imperiais de Petrópolis ou do casario colonial de Paraty, outros destinos resgatam o passado do estado, e de um ponto de vista nem sempre retratado nos livros didáticos. Quissamã, no Norte Fluminense, é um deles. Na cidade que floresceu com a monocultura de cana-de-açúcar, na virada do século XVIII para o XIX, vale conhecer o Quilombo da Machadinha.

Trata-se de uma comunidade de descentes de escravizados que até hoje ocupam as antigas dependências dos trabalhadores rurais da Fazenda da Machadinha, que já pertenceu a um genro do Duque de Caxias e onde funcionou o primeiro engenho da cidade. A casa grande da fazenda hoje está em ruínas, mas é nas antigas que os quilombolas tocam um interessante projeto de turismo de base comunitária, com hospedagem e apresentações de manifestações culturais. As principais são as rodas de jongo, em volta de uma fogueira, e uma feijoada de comer rezando.

Opções em meio à natureza

Observar pássaros numa reserva ambiental, caminhar aos pés de montanhas, atravessar rios e campos no lombo de um cavalo ou simplesmente saltar de pedras altíssimas e sentir a sensação de estar voando. Estas são algumas das alternativas para quem procura algo diferente para fazer nas férias sem precisar necessariamente sair do Rio de Janeiro.

De norte a sul do estado, sobram possibilidades de atividades ao ar livre, seja para adeptos de turismo de aventura, quem quer viver um pouco a experiência de uma vida no campo ou aqueles que pretendem entrar em contato com a natureza.

Caminhada pelo Parque Estadual dos Três Picos, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio — Foto: Divulgação / TurisRio / Philipe Campello
Caminhada pelo Parque Estadual dos Três Picos, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio — Foto: Divulgação / TurisRio / Philipe Campello

Quando o assunto é ecoturismo, um bom lugar para começar são as áreas de proteção ambiental abertas ao público, como os parques nacionais da Serra dos Órgãos (com sedes em Petrópolis, Teresópolis e Guapimirim) e do Itatiaia (entrada pelo município de Itatiaia). Ambos contam com ótima estrutura para caminhadas, trilhas, pontos de banho em poções e cachoeiras e até base para acampamento. Entre as unidades de conservação em nível estadual, uma opção menos comentada, mas igualmente bonita, é a do Parque Estadual dos Três Picos, que engloba áreas dos municípios de Cachoeiras de Macacu, Silva Jardim, Guapimirim, Teresópolis e Nova Friburgo.

É no encontro dos dois últimos que fica o Vale dos Deuses, a região mais visitada, onde é possível fazer a trilha da Cabeça do Dragão (que leva a um mirante a dois mil metros de altitude) e a travessia do Vale dos Deuses para o Vale do Frade (que termina numa área de cachoeiras). Para quem gosta de pedalar, há caminhos e trilhas bem sinalizados na área do núcleo Jequitibá em Cachoeiras de Macacu. O município, que tem as quedas d’água no nome, é ótima opção para quem gosta deste tipo de atração. As mais populares são a Cachoeira do Jequitibá, na localidade Boca do Mato (perto da área do parque estadual) e o Poço das Samambaias, que forma uma piscina natural.

Pertinho de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim é outro destino por vezes escanteado pelo viajante no estado, mas cheio de potencial de ecoturismo. Uma das atividades mais interessantes é a de observação de aves, que pode ser praticada tanto na sede local do Parque Nacional da Serra dos Órgãos quanto em pontos da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-Mirim, uma reserva federal que preserva espaços mais próximos da Baía de Guanabara, como mangues. Esses espaços receberam, em outubro, a primeira edição do Festival Passarinhar, que deve se repetir num futuro próximo, ainda sem data.

Em busca de adrenalina

Praticante de parapente em Resende, no Sul Fluminense, um dos destinos referência para a prática de atividades radicais no Estado do Rio — Foto: Divulgação / TurisRio / Lúcia Teixeira
Praticante de parapente em Resende, no Sul Fluminense, um dos destinos referência para a prática de atividades radicais no Estado do Rio — Foto: Divulgação / TurisRio / Lúcia Teixeira

Mas se procurar passarinhos nas copas das árvores não é emoção suficiente para você, que tal ter a sensação de estar voando? Cheio de morros e pedras que servem de plataformas de lançamento natural, o Estado do Rio é abundante também em locais para prática de voo livre, com parapente e asa-delta.

Quem quiser visitar um lugar bastante fora do roteiro turístico padrão pode começar a planejar uma viagem a Porciúncula. O município no Norte Fluminense tem escolas de voo livre que decolam a partir da rampa do Morro da Antena com iniciantes e iniciados, que conseguem observar, enquanto flanam pelos ares, a bela Pedra Elefantina, o principal cartão-postal da cidade.

Interessados neste tipo de turismo de aventura também encontram emoções em Campos dos Goytacazes, a partir do Morro Itaóca, e em Resende, na rampa que fica na região da Capelinha, onde os parapentes podem pousar numa área rural dominada por fazendas de gado leiteiro. A cidade no Sul Fluminense aposta em atividades ainda mais radicais, como o saltos de paraquedas, com escolas e cursos especializados.

Imersão no turismo rural

Cavalgada numa fazenda em Casimiro de Abreu, no Estado do Rio — Foto: Divulgação / TurisRio / Jorge Ronald
Cavalgada numa fazenda em Casimiro de Abreu, no Estado do Rio — Foto: Divulgação / TurisRio / Jorge Ronald

Um destino também bastante associado com o turismo de aventura no estado é Casimiro de Abreu. Especialmente nas corredeiras e quedas d’água do Rio Macaé, já consolidado como um excelente lugar para a prática de rafting. Mas o município, nomeado em homenagem a um dos poetas mais importantes do Romantismo brasileiro, tem também seu lado bucólico e contemplativo. Para apreciadores do turismo rural, uma boa pedida é participar dos passeios a cavalo oferecidos por sítios e fazendas da região, que também abrem as portas para visitantes interessados em conhecer hortas e plantações orgânicas.

O turismo rural também vem sendo bastante trabalhado na Região Serrana. Em Petrópolis, o Circuito EcoRural de Secretário, do distrito de Pedro do Rio, organiza visitas a produtores da região, que apresentam (e vendem) aos viajantes artigos como doces, compotas, embutidos, cachaça artesanal e até vinho.

Em outro distrito petropolitano, o da Posse, o Circuito Caminhos do Brejal foca em pequenas propriedades rurais onde é possível conhecer hortas orgânicas, como a Fazenda Pedras Altas. Mas há opções de outras atividades, como as cavalgadas no Haras Massangana e o banho de piscina de água natural no Sítio Jequitibá.

Descendo a Serra em direção ao Vale do Café, o viajante passa por Paty do Alferes, outro tradicional destino do turismo rural no estado. Lá, é possível visitar estufas com produção de tomate-cereja, berinjela e pimentas direto do pé na Seal, assim como dá para comprar mudas de flores raras na fantástica Fábrica de Orquídeas, no bairro de Maravilha.

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