Boa Viagem
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Por , Em The New York Times

Quando um hotel é mais do que um lugar para dormir? Quando está situado em um prédio histórico, permitindo aos hóspedes viajar no tempo e voltar aos Anos Dourados ou à era eduardiana com a mesma facilidade com que se dirigem à academia ou ao spa.

Hoje você pode fazer check-in em uma fábrica de sabão do século XVII na Riviera Francesa, em parte do Old War Office em Londres ou em um palacete renascentista que já foi sede de banco em Nova York. Conheça aqui cinco hotéis novos em espaços lendários onde é possível viver o presente e mergulhar no passado, desfrutando mordomias contemporâneas e, ao mesmo tempo, admirando a arquitetura de tempos idos.

Château de Théoule; Théoule-sur-Mer, França

O prédio de uma antiga fábrica de sabão do século XVII, na Côte d’Azur, no sul da França, hoje abriga o hotel Château de Théoule — Foto: Gaelle Le Boulicaut / The New York Times
O prédio de uma antiga fábrica de sabão do século XVII, na Côte d’Azur, no sul da França, hoje abriga o hotel Château de Théoule — Foto: Gaelle Le Boulicaut / The New York Times

Este refúgio à beira-mar, na Côte d'Azur, já foi uma fábrica de sabão no século XVII, mas parece mais um castelo graças ao lorde escocês que, por volta de 1900 e poucos, lhe acrescentou torreões e ameias nas muralhas. Próximo ao Maciço de l'Estérel, foi inaugurado este mês com 44 quartos e suítes, divididos entre o prédio principal e alguns chalés. Entretanto, todos dão a sensação de leveza, graças às cortinas de linho, às luminárias de vime, ao piso de madeira e à vista da Baía de Cannes.

Embora a estrutura convide a uma exploração mais minuciosa, a areia fofa e o sol são a ordem do dia. O hotel, aliás, tem espaço próprio: La Plage Blanche, com 90 espreguiçadeiras. O Château de Théoule fica a apenas 20 minutos de Cannes, embora você nem precise sair da praia se ficar com fome. O restaurante e bar que há na praia oferece coquetéis — como o Strambery Fields (que leva gim com infusão de sabugueiro, xarope de baunilha, purê de morango, tônica e clara de ovo) — e opções que incluem saladas pissaladière (focaccia com cebola confitada, anchovas e azeitona preta) e polvo grelhado com limão, funcho e chimichurri. Se tiver coragem de se levantar da espreguiçadeira, explore as trilhas para caminhada da área, nade na piscina ou vá ao spa para uma massagem ou tratamento corporal.

À noitinha, dê uma chegada ao Mareluna, situado no terraço e com vista para a baía, para saborear vinhos e pratos mediterrâneos como o tagliatelle com sépia, abacate e ovas de arenque defumado. O preço das diárias vai de 360 euros (cerca de R$ 1.960) na baixa temporada a 920 euros (R$ 5 mil) na alta, entre meados de junho e de setembro. Fecha em meados de novembro.

Raffles London at the OWO; Londres

Interior do hotel Raffles London at the OWO, no prédio onde funcionava o Old War Office, em Londres — Foto: Divulgação / Raffles London at the OWO
Interior do hotel Raffles London at the OWO, no prédio onde funcionava o Old War Office, em Londres — Foto: Divulgação / Raffles London at the OWO

Usado como escritório dos militares e membros do governo, inclusive Winston Churchill, o Antigo Gabinete de Guerra (Old War Office, conhecido como Novo Gabinete de Guerra quando foi construído, no início do século XX) sempre atraiu a curiosidade do público. Os fãs de James Bond talvez reconheçam a fachada em estilo barroco eduardiano que aparece em alguns de seus filmes (de fato, dizem que Ian Fleming, criador do personagem que fez parte do setor de inteligência da Marinha, chegou a visitá-lo). Foi aberto ao público pela primeira vez só recentemente, incluindo o Raffles London at the OWO, primeiro hotel do grupo Raffles Hotels & Resorts no Reino Unido.

Dentro do espaço grandioso, algumas salas usadas pelos líderes políticos e militares foram reaproveitadas, transformando-se em parte dos 120 quartos e suítes — sendo que uma delas ganhou o nome de Churchill. As de esquina levam o nome de espiãs; outras mulheres ligadas à história do local também foram homenageadas, incluindo a viscondessa Astor, primeira a fazer parte da Câmara dos Comuns, e espias da Segunda Guerra Mundial como Vera May Atkins, recrutada por agentes secretos britânicos.

A decoração ficou a cargo de Thierry Despont, arquiteto e decorador francês famoso pelo trabalho que fez no Ritz Paris e pela restauração para comemorar o centenário da Estátua da Liberdade, morto em 2023

Ali, planejamento estratégico hoje em dia só diz respeito a achar o melhor momento para marcar hora no spa, que ocupa quatro andares. Os espaços históricos ganharam funções novas, como a biblioteca que virou o restaurante Saison by Mauro Colagreco, que serve pratos mediterrâneos preparados pelo chef talvez mais conhecido pelo Mirazur, na França, estrelado pelo "Guia Michelin". No Mauro Colagreco, outra casa que leva seu nome, o menu degustação destaca frutas, legumes e verduras locais.

Visite o Drawing Room, lounge decorado com painéis de madeira e piano Steinway, para tomar o chá da tarde ou algo mais forte, que você pode bebericar enquanto observa o Regimento da Cavalaria do Palácio de Buckingham. Ou, se preferir, tome um drinque em uma das salas que eram do MI5 no Spy Bar, bar no subsolo. Diárias a partir de 922 libras (cerca de R$ 5,8 mil).

Hotel Casa Lucia; Buenos Aires, Argentina

Imagem do interior do Hotel Casa Lucia, que ocupa um prédio do início do século XX, construído para o dono de uma companhia de navegação, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires — Foto: Divulgação / Hotel Casa Lucia
Imagem do interior do Hotel Casa Lucia, que ocupa um prédio do início do século XX, construído para o dono de uma companhia de navegação, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires — Foto: Divulgação / Hotel Casa Lucia

O Edifício Mihanovich — erguido nos anos 1920 para o empresário de transporte marítimo Nicolas Mihanovich — já foi um dos mais altos da América Latina, e hoje abriga os 142 quartos e suítes de um novo hotel. Inspirado no formato de um farol, o prédio era uma das primeiras coisas que os marinheiros viam quando chegavam ao porto, segundo a administração, e o magnata queria que fosse alto o suficiente para permitir que ele visse as próprias embarcações.

Hoje em dia, os hóspedes podem se beneficiar dessa sua ambição, que lhes permite uma vista panorâmica de parte dos aposentos decorados com móveis contemporâneos em tons suaves. Alguns têm até sacada com chuveiro externo e vista para a cidade e o Rio da Prata.

A vantagem é que, além de estar perto do rio, você se encontra em meio a tudo o que o bairro chique da Recoleta tem para oferecer: arquitetura de inspiração francesa, butiques, galerias e atrações turísticas como o Cemitério da Recoleta, onde pode visitar o túmulo da ex-primeira-dama Eva Perón.

De volta ao hotel, saboreie a culinária e, obviamente, o vinho nacional no restaurante Cantina, e dali vá para o vizinho Le Club Bacan, bar de coquetel cheio de clima e com uma grande seleção de vinhos argentinos. Daqui a alguns meses será possível também aproveitar a academia e/ou o spa, que terá uma piscina aquecida. Diárias a partir de US$ 670 (R$ 3.355).

The Fifth Avenue Hotel; Nova York

Um dos 153 quartos do The Fifth Avenue Hotel, instalado num prédio histórico na Ilha de Manhattan, em Nova York — Foto: Divulgação / The Fifth Avenue Hotel
Um dos 153 quartos do The Fifth Avenue Hotel, instalado num prédio histórico na Ilha de Manhattan, em Nova York — Foto: Divulgação / The Fifth Avenue Hotel

Dividido entre um prédio de mais de cem anos e outro, de vidro, com 24 andares chamado The Tower, esse hotel de 153 quartos e suítes no bairro NoMad, em Manhattan, remete aos Anos Dourados, época em que ainda era uma mansão com cocheira. No início do século XX foi vendido, acabou virando a sede do Second National Bank, transformado em uma estrutura de cinco andares em estilo palaciano renascentista, projetado por McKim, Mead & White, mesmo escritório de arquitetura responsável pela Estação Pensilvânia original e pelo Museu do Brooklyn.

Ao entrar, você se depara com um saguão iluminado por candelabros, paredes cobertas por espelhos antigos, piso de mármore e armários repletos de curiosidades. A decoração de interior do Martin Brudnizki Design Studio é ao mesmo tempo divertida e suntuosa, com tapeçarias e pareces saturadas de cores e padrões. Já os quartos misturam peças novas e antiguidades, candelabros de vidro de Murano e guarda-roupas inspirados nos armários chineses tradicionais.

Comer fora em Nova York é quase obrigatório, mas o chef Andrew Carmellini, vencedor do Prêmio James Beard por casas como A Voce, Café Boulud e Locanda Verde, convida o hóspede a não deixar o prédio. O Café Carmellini aposta em versões modernas para pratos franceses e italianos, com um cardápio que inclui o black bass (peixe) forestière e o caneloni de lagosta e caviar Ossetra dourado. A seguir, vá ao Portrait Bar, com clima de palacete italiano, para apreciar as obras de arte nas paredes, os painéis de madeira nas paredes e tomar um drinque ao lado da lareira. Diárias a partir de US$ 895 (R$ 4.483)

The Pinch; Charleston, Carolina do Sul (EUA)

A Lowland, taverna que funciona no hotel Pinchem Charleston, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos — Foto: Matthew Williams / The New York Times
A Lowland, taverna que funciona no hotel Pinchem Charleston, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos — Foto: Matthew Williams / The New York Times

Os 25 quartos, suítes e residências desse hotel butique estiloso ocupam três prédios no centro de Charleston — sendo dois da era vitoriana —, ideais para quem quer as mordomias de um hotel e a flexibilidade de uma casa para temporada. Todos os quartos são equipados com cozinha completa, lavadora e secadora, alguns com portas francesas que se abrem para sacadas e terraços privativos. Entretanto, dificilmente o hóspede ficará acomodado ali muito tempo: o terraço externo que sai do saguão principal tem uma lareira que convida para uma pausa depois de um giro pelas ruas românticas da região, onde há lampiões de gás, arquitetura histórica e diversos restaurantes.

Outra opção é dar um pulo à Lequeux-Williams House, estrutura neogrega que, segundo o hotel, data de 1834. A antiga residência foi reformada e transformada em restaurantes pelo chef Jason Stanhope, vencedor do Prêmio James Beard com o popular Fig — e incluem o Quinte, bar que serve coquetéis e ostras (mas você também pode pedir travessas de frutos do mar, sopas, sanduíches e sorvete) e ganhou o nome do salão de bilhar que em 1918 ocupava o local. Pode conferir também o Lowland, taverna com espaços convidativos para jantar com dois andares e um pátio externo de pedras centenárias. Independentemente de onde se sentar, você pode provar opções tradicionais como pãozinho com queijo artesanal e geleia de pimenta ou hambúrguer e fritas. Diárias a partir de US$ 399 (cerda de R$ 2mil).

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