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Por , O Globo — Rio de Janeiro

Depois de levar para as margens do Golfo Pérsico a primeira filial do Louvre fora da França, Abu Dhabi vê sua “ilha dos museus” crescer. Quatro novas atrações do tipo, incluindo o maior Guggenheim do mundo, serão inauguradas no fim de 2025, marcando a conclusão do Distrito Cultural Saadiyat, uma ilha que combina museus, galerias de arte, arquitetura arrojada e hotéis cinco estrelas, e que é uma aposta da capital dos Emirados Árabes Unidos para se consolidar como referência cultural na região.

O Guggenheim Abu Dhabi é a marca mais chamativa desta nova coleção, que inclui o Museu Nacional de História Natural, o Museu Nacional Zayed e o teamLab Phenomena Abu Dhabi. Quando estiverem concluídos, se juntarão aos demais equipamentos culturais que já funcionam em Saadiyat: a escola de música Berklee Abu Dhabi (ligada à tradicional instituição de Boston), a galeria de arte Manarat Al Saadiyat e o próprio Louvre Abu Dhabi. A ilha também recebe, anualmente, os eventos Abu Dhabi Art (novembro) e Culture Summit Abu Dhabi (março), com artistas e representantes de instituições de todo o mundo.

— O Distrito Cultural Saadiyat é um destino distinto que, por meio de instituições culturais exclusivas, abrigadas em espaços arquitetônicos inovadores, conta a história do mundo e a conexão humana vista da perspectiva de Abu Dhabi e sua posição no Sul Global — explicou ao GLOBO o presidente do Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi (DCT Abu Dhabi), Mohamed Khalifa Al Mubarak. — Essa ambição diferencia significativamente Abu Dhabi de outros destinos estabelecidos na região, posicionando-a como uma capital cultural única.

Mais visitantes

A arte mostra como será o Museu Nacional de História Natural de Abu Dhabi, uma das quatro novas atrações que abrirão em 2025 no Distrito Cultural Saadiyat, na capital dos Emirados Árabes Unidos — Foto: Divulgação / Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi
A arte mostra como será o Museu Nacional de História Natural de Abu Dhabi, uma das quatro novas atrações que abrirão em 2025 no Distrito Cultural Saadiyat, na capital dos Emirados Árabes Unidos — Foto: Divulgação / Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi

Al Mubarak não fala sobre os valores envolvidos na construção dos quatro novos museus, mas em janeiro, quando foi divulgada a Estratégia do Turismo de Abu Dhabi para 2030, o executivo afirmou ao portal local The National que eles fazem parte de um investimento global de cerca de US$ 10 bilhões na infraestrutura turística do país. O que incluiria novas atrações, expansões de outras já existentes e ampliação da rede hoteleira. A ideia é, até o fim da década, atingir 39 milhões de visitantes estrangeiros, um número 64% acima dos 23 milhões registrados em 2023.

— Queremos também expandir a disponibilidade de quartos de hotel de 34 mil para 52 mil até 2030 e aprimorar ainda mais o segmento de casas de férias para diversificar as opções de acomodação — afirmou o executivo.

E, para isso, a Ilha de Saadiyat poderá funcionar como um importante ímã para turistas interessados em cultura, arte e arquitetura. O Louvre Abu Dhabi, que desde sua abertura, em 2017, já recebeu mais de cinco milhões de visitantes, é um exemplo para Al Mubarak do potencial da região, especialmente pela facilidade de se chegar de uma atração a outra:

— Quando (o projeto) estiver concluído, os visitantes poderão caminhar entre os museus e as experiências em uma área conectada de pouco menos de 2,5 quilômetros quadrados.

A arte mostra como será o Guggenheim Abu Dhabi, com projeto de Frank Gehry, previsto para abrir as portas em 2025 no Distrito Cultural Saadiyat, em Abu Dhabi — Foto: Divulgação / Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi
A arte mostra como será o Guggenheim Abu Dhabi, com projeto de Frank Gehry, previsto para abrir as portas em 2025 no Distrito Cultural Saadiyat, em Abu Dhabi — Foto: Divulgação / Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi

Neste espaço, com área equivalente ao do Hyde Park, em Londres, os visitantes interessados em arquitetura encontrarão uma série de grifes. A mais reconhecível talvez seja a de Frank Gehry, o responsável pelas curvas do icônico Guggenheim de Bilbao, na Espanha, e que também assina o projeto do novo museu de Saadiyat.

— O Guggenheim Abu Dhabi apresentará um projeto arquitetônico moderno que se alinha ao estilo icônico de Gehry visto em Bilbao. No entanto, ele também apresentará uma visão exclusiva adaptada à paisagem do deserto — comentou Al Mubarak. — Vai incorporar elementos sustentáveis, como resfriamento e ventilação naturais inspirados nas tradicionais torres eólicas dos Emirados.

Com 80 mil metros quadrados de área (23 mil só para exposições), a galeria de arte contemporânea será o maior Guggenheim do mundo. O acervo permanente contará com ao menos 650 peças, de artistas de mais de cem países diferentes, como a japonesa Yayoi Kusama, que terá lá um “Infinity Room” cheio de bolinhas e espelhos. A coleção permanente também reservará espaço para artistas de renome residentes nos Emirados Árabes, como Najat Makki, Mohammed Ahmed Ibrahim e Hassan Sharif (falecido em 2016).

Entre falcões e dinos

A arte mostra como será uma das salas de exposição do Museu de História Natural de Abu Dhabi, parte do projeto de expansão do Distrito Cultural Saadiyat, na capital dos Emirados Árabes Unidos — Foto: Divulgação / Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi
A arte mostra como será uma das salas de exposição do Museu de História Natural de Abu Dhabi, parte do projeto de expansão do Distrito Cultural Saadiyat, na capital dos Emirados Árabes Unidos — Foto: Divulgação / Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi

Outra estrutura que irá se destacar no horizonte da ilha é o Museu Nacional Zayed, que homenageia o xeique Zayed bin Sultan Al Nahyan, fundador e primeiro presidente do país, morto em 2004. Cinco estruturas metálicas, que parecem brotar das areias do deserto, representam a asa de um falcão, o animal-símbolo do país e uma das paixões nacionais.

Este será o museu nacional dos Emirados Árabes, contando a história do país desde os tempos mais remotos aos dias atuais. O visitante poderá aprender, por exemplo, as técnicas de construção de barcos aplicadas na Idade do Bronze, e a respeito da fundação do país, em 1971.

Uma viagem ainda mais ao passado será proposta pelo Museu de História Natural de Abu Dhabi. A atração será rica em recriações de dinossauros e outros animais pré-históricos, mas também terá um foco local, segundo o executivo:

— Os visitantes verão fósseis de sete milhões de anos, descobertos na região de Al Dhafra, em Abu Dhabi, que datam de uma época em que grande parte da Arábia era uma rica paisagem de rios, savanas e florestas.

Projeto de como será o teamLab Phenomena Abu Dhabi, um espaço dedicado a experiências imersivas com arte e tecnologia no Distrito Cultural Saadiyat, em Abu Dhabi, previsto para inaugurar em 2025 — Foto: Divulgação / Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi
Projeto de como será o teamLab Phenomena Abu Dhabi, um espaço dedicado a experiências imersivas com arte e tecnologia no Distrito Cultural Saadiyat, em Abu Dhabi, previsto para inaugurar em 2025 — Foto: Divulgação / Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi

O mais diferente dos novos museus será o teamLab Phenomena Abu Dhabi. O espaço foi projetado pelo coletivo artístico japonês teamLab, e o objetivo é que os visitantes, ao caminharem por ele, se deparem com projeções e instalações que “conversam” com a arquitetura e proporcionem as mais variadas sensações.

Ao tentar resumir a proposta, Al Mubarak classificou a atração como “uma jornada multissensorial por meio de experiências de arte digital que mudam em resposta ao ambiente, como a própria vida”.

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