Depois de um mergulho na praia pela manhã e do almoço de frente para um calçadão bucólico, ou com vista para uma área de preservação ambiental, o turista pode aproveitar sua tarde num passeio de barco por canais repletos de mansões de famosos, nos corredores de um dos maiores outlets dos Estados Unidos ou simplesmente se preparando para assistir a mais uma apresentação de Lionel Messi nos campos de futebol. Essa é a programação de um dia normal para quem visita Fort Lauderdale, a "Veneza Americana", na Flórida.
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Por muito tempo Fort Lauderdale viveu à sombra de Miami, a apenas quilômetros de distância. E ainda que funcione como um passeio no estilo "bate e volta", é um destino que merece um espaço no roteiro de quem viaja para a Flórida. Com uma boa oferta de hotéis, restaurantes e lojas, a cidade tem conquistado a preferência de quem quer uma base mais tranquila do que a vizinha mais famosa.
![Torre de Fort Lauderdale, na Flórida — Foto: Eduardo Maia / O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/mUS6CqSAB6MO-tNNQwX97ZFw-6E=/0x0:4032x3024/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/1/R/R1nJ3BSdG4W3eaO7WCXg/20230919-145744.jpg)
Fort Lauderdale é também um popular porto de partida para cruzeiros marítimos. Companhias como Royal Caribbean, Celebrity Cruises, Disney Cruise Line e Princess Cruises usam Port Everglades como base para alguns de seus principais navios. E seu aeroporto internacional se converteu também em alternativa para quem chega de avião aos Estados Unidos - a Azul, por exemplo, opera voos diretos para Belo Horizonte, Recife, Manaus e Belém.
Rios e canais
O que diferencia Fort Lauderdale de outras tantas cidades à beira-mar no sul da Flórida são os chamados "waterways", uma grande rede de canais que conecta rios e lagoas e ficam próximo ao mar. A grande quantidade de canais rendeu ao lugar o apelido de "Veneza Americana" e, em vez de palacetes renascentistas ou gôndolas, o que se vê é uma sucessão embarcações, como lanchas e iates, atracadas em frente a mansões de ricos e famosos.
Passear pelos canais é um dos programas turísticos mais tradicionais da cidade. Os tours mais tradicionais são feitos a bordo dos barcos amarelos, com amplas janelas laterais, da empresa Water Taxi. Por cerca de duas horas, os visitantes navegam pelo labirinto de canais, passando por mansões que já pertenceram a personalidades como os atores David Cassidy, Lee Majors e Burth Reynold, e ao então casal-sensação da música pop Sonny e Cher. Empresários de sucesso (ainda que a maioria desconhecida pelo público brasileiro) também têm endereços ali.
![Barco de passeios turísticos no New River, o rio que corta Fort Lauderdale, na Flórida — Foto: Eduardo Maia](https://s2-oglobo.glbimg.com/MUPCtHERimTjpRLi77IgpATEQaY=/0x0:4032x3024/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/l/B/w0SrnhSQewiTEWhriB3A/20220324-172720.jpg)
Outra marca importante é o Riverwalk, o longo e sinuoso calçadão que acompanha parte do percurso do New River, às margens do qual se espalham muitas opções de bares, restaurantes e hotéis. O rio é o berço da cidade, no final do século XIX. A construção mais antiga do condado de Boward, do qual a cidade faz parte, fica ali. Erguida em 1901 como posto comercial para troca com os indígenas Seminoles, foi posteriormente convertida na residência da família de Frank Stranaham, o fundador da cidade. Hoje, o Historic Stranahan House Museum é uma das atrações do calçadão, que conta com outras atrações culturais interessantes.
Duas delas ficam ao redor do Esplanade Park, uma praça com bastante área verde na margem esquerda do rio. O Broward Center for the Performing Arts é o principal teatro da cidade, e tem em sua programação montagens de peças e musicais, muitos deles com passagem pela Broadway (entre outubro e novembro de 2022, por exemplo, haverá algumas sessões de "Hamilton"). Já o Museum of Discovery and Science é focado em ciência e história natural, com atrações que vão de reprodução de animais pré-históricos a simulação do ambiente de Marte. E nas duas margens há muitas opções de bares e restaurantes, para quem quer simplesmente observar o tempo passando.
![Ciclista passa em frente ao Historic Stranahan House Museum, construção mais antiga da região de Fort Lauderdale, na Flórida — Foto: Eduardo Maia](https://s2-oglobo.glbimg.com/bdlsfooZCfRaFN8ZcXhgzpOPyUw=/0x0:4000x3000/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/q/H/6hN7JaSfGXWaHcjrZgEw/20220324-172017.jpg)
O rio é ponto de parada de barcos de todos os tipos e tamanhos. Dos acanhados water taxis, que levam os passageiros a 22 pontos distintos dos rios e canais, a iates de luxo. Há também barcos antigos (no melhor estilo dos steamboats do Rio Mississippi) e catamarãs que oferecem passeios de algumas horas, alguns chegando ao mar. Também é possível explorar a região, assim como ruas internas de bucólicos bairros residenciais, em tours de segway e bicicleta.
Ótimas praias
Saindo da beira do rio, poucos passos levam o pedestre à Las Olas Boulevard, simpática rua com calçadas repletas de restaurantes com varandões convidativos, lojas de grifes e galerias de arte. Clima típico de destino de férias, onde bater perna sem pressa nem compromisso faz parte da programação. Las Olas Boulevard é a principal via que conecta a região central da cidade à orla, passando pelos incontáveis canais, naturais ou artificiais, que se espalham à medida que nos aproximamos do mar.
A parte mais conhecida da costa em Fort Lauderdale é justamente Las Olas Beach, uma típica praia da Flórida, com seu calçadão ocupado por gente de todo o tipo, e um ótimo local para observar o pôr do sol. Em outra praia da região central, a Fort Lauderdale Beach, fica o Hugh Taylor Birch State Park, um parque com ciclovia, parque para crianças, áreas para jogos e piqueniques de frente para o mar. Coladinho a ele está o Bonnet House Museum & Gardens, uma casa museu do início do século XX, com um interessante acervo de arte e jardins para perder a noção do tempo.
![Orla de Fort Lauderdale, cidade a 40 quilômetros de Miami, na Flórida — Foto: Eduardo Maia / O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/RJmnJY6aPyklOysX1qqjfA1_N-s=/0x0:4032x3024/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/h/1/1QgwyNQdGPmsI3uyvvJA/20230920-110643.jpg)
Para quem ficou com vontade de aproveitar ainda mais a praia, vale a pena explorar um pouco mais o litoral da chamada Greater Fort Lauderdale. São 37 quilômetros de orla, pegando as cidades vizinhas, e alguns dos melhores pontos para curtir o sol da Flórida, como Pompano Beach, Deerfield Beach, Lauderdale-by-the-Sea e Hollywood Beach.
Messi na Flórida
Até que o Inter Miami conclua a construção de seu estádio próprio, o que está previsto para acontecer em algum momento ao longo de 2025, o time de Lionel Messi manda seus jogos na Major League Soccer no Chase Stadium (antigo DRV PNK Stadium ou Lockhart Stadium), que fica nos subúrbios de Fort Lauderdale, a cerca de 40 minutos de carros da orla.
![Torcedor usa um chapéu com o rosto de Messi durante o jogo entre Inter Miami e Toronto FC no DRV PNK Stadium, em Fort Lauderdale, na Flórida — Foto: Eduardo Maia / O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/8k5X1MEoPidvQbOFLb4tkAWyP1s=/0x0:3024x2268/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/m/i/uutDOHT2OmwLTWvo4vbw/20230920-212331crop.jpg)
Com capacidade para pouco mais de 20 mil espectadores, o estádio parece bastante acanhado para receber partidas de estrelas mundiais do esporte, como Messi, Luiz Suarez, Jordi Alba e Sergio Busquets (todos com passagens marcantes pelo Barcelona). Mas em dias de jogos, o clima de festa é contagiante, com muita coisa acontecendo tanto nos arredores quanto no interior do estádio. Há muitas opções de comidas e bebidas e, claro, pontos de vendas de produtos oficiais, que vão de camisas a chapéus, quase sempre fazendo alusão ao número 10 do craque argentino.