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Política

Aras acena a evangélicos de olho em vaga no Supremo

Em encontro com lideranças, procurador-geral se disse contra o fechamento de igrejas como medida de combate à pandemia
Augusto Aras da Procuradoria-Geral da República Foto: Adriano Machado/ Reuters
Augusto Aras da Procuradoria-Geral da República Foto: Adriano Machado/ Reuters

RIO — Diante da promessa do presidente Jair Bolsonaro de que nomeará alguém “terrivelmente evangélico” para a vaga de Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal (STF), os favoritos vêm se movimentando para mostrar ao Planalto que podem cumprir o requisito. O procurador-geral da República, Augusto Aras, embora não seja evangélico, tem tentando se aproximar de lideranças do segmento.

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Conforme revelou o jornal “O Estado de S. Paulo” sábado, Aras recebeu o pastor Silas Malafaia e o bispo Abner Ferreira para um encontro na semana passada e posicionou-se contra o fechamento de igrejas durante o período de restrições impostos por governadores e prefeitos para o combate à Covid-19. O GLOBO apurou que Malafaia e Aras vêm conversando há tempos sobre diversos temas, embora o pastor negue que a nomeação para o STF esteja em pauta.

A interlocutores, embora se relacione com Aras, Malafaia tem dito que Bolsonaro se tornou refém da própria palavra e terá que escolher um evangélico para a Corte. Atendem ao requisito três nomes considerados favoritos na disputa: o ministro da Justiça, André Mendonça; o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins; e o desembargador William Douglas.

É justamente esse o obstáculo principal para o ministro do STJ, João Otávio de Noronha, responsável por decisões recentes na corte favoráveis ao senador Flávio Bolsonaro (Republicamos-RJ). Ele também não é evangélico. Para ser contemplado de alguma forma nas decisões sobre tribunais superiores no meio do ano, Noronha já tem a sua candidata para o STJ: a desembargadora Daniela Maranhão, do TRF-1.