BRASÍLIA - Depois de ameaças e declarações contrárias ao fundo eleitoral aprovado no Congresso Nacional na semana passada, Jair Bolsonaro fez uma espécie de anúncio oficial de que irá mesmo vetar os R$ 5,7 bilhões aprovados por deputados e senadores para campanha eleitoral de 2022. O presidente usou suas redes sociais na noite desta terça e colocou um ponto final nesse tema.
Malu Gaspar : Lira cria ‘sistema de castas’ para distribuir R$ 11 bi em emendas
"Defendemos, acima de tudo, a harmonia entre os Poderes, bem como a sua autonomia. É partindo deste princípio que jogamos, desde o início, dentro das quatro linhas da Constituição Federal. Dito isso, em respeito ao povo brasileiro, vetarei o aumento do fundão eleitoral", postou Bolsonaro no seu twitter.
O presidente vinha demonstrando insatisfação com a aprovação do fundo nesse valor e comprou uma briga pública com o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), quem presidiu a sessão no Congresso que aprovou esse montante. Ramos ameaça até analisar os pedidos de impeachment contra o presidente quando estiver na interinidade da presidência da Câmara.
Na noite de segunda, em entrevista à TV Brasil, afirmou que a tendência era não sancionar o fundo e que a ideia era vetar.
Leia : Bolsonaro e Lula atacam possibilidade de terceira via para eleições de 2022
Há uma expectativa de que governo e Congresso cheguem a algum acordo sobre o valor a ser destinado para as eleições do ano que vem. O presidente não é contra o fundo, mas criticou o valor. Para não desagradar o Centrão, que dá sustentação política ao Planalto, Bolsonaro deverá acenar com um valor entre R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões. O fundo foi aprovado dentro da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).