Brasil

Brasileiro se declara culpado em esquema de fraude eletrônica e roubo de identidade nos EUA

Wemerson Dutra Aguiar, de 29 anos, admitiu que obteve na DarkNet os dados utilizados no esquema; pena pode chegar a 20 anos de prisão
Wemerson Dutra Aguiar se declarou culpado em audiência judicial nos EUA Foto: Reprodução
Wemerson Dutra Aguiar se declarou culpado em audiência judicial nos EUA Foto: Reprodução

RIO — Um brasileiro de 29 anos se declarou culpado durante audiência no Tribunal Federal de Boston, nos Estados Unidos, no processo no qual é acusado de fraude eletrônica e roubo de identidade. O baiano Wemerson Dutra Aguiar admitiu em juízo, no último dia 20, que obteve na DarkNet os dados utilizados no esquema. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Justiça dos EUA.

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Aguiar é apontado como integrante de uma quadrilha que abria contas fraudulentas em aplicativos de entrega e transporte a partir de identidades roubadas. Posteriormente, essas contas eram vendidas para motoristas que não preenchiam os pré-requisitos para desempenhar a atividade.

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A Justiça americana estima que mais de duas mil pessoas tenham sido vítimas dos roubos e tiveram as identidades usadas pelo grupo criminoso. Caso seja condenado, Aguiar pode pegar pena de até 20 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e uma multa de US$ 250 mil (equivalente a R$ 1,3 milhão).

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A todo, 16 réus foram presos em maio do ano passado, quando o caso foi revelado. Além de Aguiar, um outro acusado também se declarou culpado. O juiz sênior do Tribunal Distrital dos EUA, Mark L. Wolf, agendou a divulgação da sentença para 10 de maio deste ano.

DarkNet

Aguiar admitiu que obteve carteiras de motorista e números de Previdência Social na DarkNet. Ele também assumiu que pagou a comparsas para alterar fotos das habilitações. A alteração visava a burlar a tecnologia de reconhecimento facial que as empresas de caronas e entregas usavam como medida de segurança.

De acordo com as investigações, Aguiar anunciava a venda ou aluguel das contas fraudulentas para brasileiros que moram nos Estados Unidos. A propaganda era feita por meio de grupos de WhatsApp e de boca em boca.

Entre junho de 2019 e janeiro de 2021, Aguiar recebeu mais de US$ 375 mil (equivalente a R$ 1,9 milhão) pela venda e aluguel das contas fraudulentas. Os compradores dos documentos falsificados também conseguiam escapar das verificações de antecedentes criminais exigidas pelas empresas de compartilhamento de carona e entrega.