Carga chinesa com 600 respiradores artificiais é retida nos EUA e não será enviada ao Brasil
Segundo a Casa Civil do governo da Bahia, 'operação de compra dos respiradores foi cancelada unilateralmente pelo vendedor', que não deu maiores explicações
O Globo
03/04/2020 - 12:06
/ Atualizado em 03/04/2020 - 17:32
Em mais um capítulo da novela dos
cancelamentos
de
suprimentos médicos
fornecidos pela
China
, 600
respiradores artificiais
ficaram retidos no aeroporto de Miami, nos EUA, de onde seriam enviados ao Brasil. A informação foi antecipada pela Folha de S.Paulo.
A carga, no valor de R$ 42 milhões, havia sido adquirida pelos estados do Nordeste, por meio de um contrato assinado entre o fornecedor (não identificado) e o governo da Bahia.
Ao GLOBO, a assessoria de imprensa da Casa Civil do estado disse que “a operação de compra dos respiradores foi cancelada unilateralmente pelo vendedor”, que não deu maiores explicações, apenas que a carga teria outro destino. O valor não chegou a ser desembolsado pelo governo da Bahia.
“Neste momento, estamos buscando novos fornecedores”, afirmou ao GLOBO a Casa Civil, que não quis informar se já está negociando com outros países ou quais fornecedores tem em vista para suprir a demanda.
Na quarta-feira, o ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, já havia feito declaração similar, afirmando que compras brasileiras haviam “caído” depois da confirmação das compras americanas.
Segundo o New York Times, a negociação entre empresas privadas americanas e chinesas foi feita com ajuda da mediação do genro do presidente americano Donald Trump, Jared Kushner. O avião que pousou no domingo em Nova York vindo de Xangai trazia 130 mil máscaras N-95, quase 1,8 milhões de máscaras cirúrgicas e roupas e mais de 10,3 milhões de luvas, além de 70 mil termômetros.