Política

Doria critica Bolsonaro por participar de ato: 'está mais preocupado com a sua vida política'

Governador de São Paulo afirma que atitude do presidente de descumprir protocolos contra o coronavírus foi 'imprópria e inoportuna'
Manifestação pró-governo na Avenida Paulista. Algumas pessoas usam máscaras para evitar a contaminação pelo coronavírus Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Manifestação pró-governo na Avenida Paulista. Algumas pessoas usam máscaras para evitar a contaminação pelo coronavírus Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

SÃO PAULO — O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), criticou o presidente Jair Bolsonaro por sua participação, neste domingo, nas manifestações a favor de seu governo e contra o Congresso , mesmo diante do aumento dos casos de coronavírus no país e contrariando decretos estaduais que pediam o cancelamentos de eventos com muitas pessoas, além da própria mensagem do presidente na semana passada, em que recomendou o adiamento dos atos pelo país.

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“Conduta imprópria e inoportuna. Nós estamos reunidos aqui para tomar decisões para proteger a vida das pessoas. E o presidente Bolsonaro está mais preocupado com a sua vida política”, afirmou Doria, em nota, acrescentando: “Eu procuro pensar em todos. O presidente pensa nele”.

Bolsonaro, pela manhã, enviou em uma rede social vídeos das manifestações em algumas cidades. E, no começo da tarde, aderiu ao ato em Brasília, contrariando recomendações médicas e saindo de seu isolamento — devido ao contato com pessoas diagnosticadas com coronavírus em viagem aos EUA. Bolsonaro fez um palanque no Palácio do Planalto para puxar o ato para o local, onde ficou por quase duas horas cumprimentando manifestantes e tirando fotos.

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Na sexta-feira, Dória anunciou uma série de medidas para tentar conter os casos de coronavírus — que já chegam a 136 no estado. O decreto 64.862, publicado em 13 de março de 2020, recomenda a suspensão de eventos com mais de 500 pessoas em São Paulo. No entanto, segundo a assessoria do governo, o setor privado tem autonomia para determinar se irá suspender ou não suas atividades e eventos. Por isso, a Polícia Militar não pode coibir as manifestações que aconteceram na Avenida Paulista.