Enem e Vestibular
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O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a Polícia Federal já fez duas diligências para identificar a origem da divulgação antecipada dos cadernos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Uma delas em Pernambuco e a outra no Distrito Federal. Segundo ele, o vazamento ocorreu após o fechamento dos portões do locais das provas, o que não prejudicou a realização do teste.

Ainda nesta tarde, o Inep acionou a Polícia Federal para investigar a imagem de uma prova do exame que circula nas redes sociais. A imagem mostra a página do tema da redação, com os respectivos textos motivacionais. De acordo com o Inep, a informação inicial é de que as imagens passaram a circular depois do início da aplicação.

— A circulação dessas imagens ocorreram após início das provas, portões fechados. A PF já está investigando os fatos, inclusive fizeram duas diligências, uma em Pernambuco, onde um proprietário de um conteúdo digital divulgou a imagem, e outra aqui no Distrito Federal. Conversei com o ministro Flávio Dino (da Justiça) e com o superintendente da PF — afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana. — A polícia está engajada em fazer toda a investigação e poderá fazer outras diligências nas próximas horas para a gente identificar essa divulgação dessas fotos após o início da aplicação das provas — completou.

Na página que vazou, é possível ler os quatro textos motivacionais usados como base para a dissertação dos candidatos. O Inep informou que, ao identificar qualquer tipo de irregularidade é procedimento padrão avisar a Polícia Federal para a apuração dos fatos. A autarquia ainda afirma que "todas as providências serão tomadas".

A foto que mostra a página do Enem 2023 com o tema e as instruções para a realização da redação deste ano começou a ser compartilhada nas redes sociais por volta de, pelo menos, 14h30, horário em que os alunos ainda estavam impedidos de deixar a sala com a prova — isso só é permitido às 18h30.

Segundo o presidente do Inep, Manuel Palácios, a divulgação das questões só aconteceram após o horário de início das provas, descartando um vazamento antecipado que pudesse dar vantagem a algum estudante.

— A partir de 13h os locais de aplicação são fechados. As imagens circularam após o início da aplicação. Constitui um delito e deve ser apurado — afirmou Palácios.

O presidente do Inep afirmou ainda que não há possibilidade de as fotos terem sido feitas por servidores do órgão.

— A PF iniciou o procedimento de apuração. Não há a menor dúvida de que essas imagens passaram a circular depois do fechamento das portas. Não há nenhuma possibilidade (de o vazamento ter sido feito por) servidor do Inep porque eles não tiveram acesso às provas.

Em nota, a PF informou que também acompanha as apurações internas do Inep. "A Polícia Federal informa que já iniciou as investigações relativas a circulação indevida, em redes sociais, de conteúdo relacionado ao Enem 2023. A PF também acompanha os trabalhos de apuração interna do INEP para obter mais informações sobre o caso e contribuir com os esclarecimentos devidos", diz.

Balanço do primeiro dia

Segundo o ministro da Educação, dos 3.939.242 inscritos, 28,1% não compareceram para fazer o exame. O ministro também afirmou que 4,2 mil pessoas foram eliminadas por motivos como portar celular, ausentar-se antes do horário da prova ou não respeitar orientações dos fiscais. Além disso, houve 15 adultos presos.

— Tivemos problemas pontuais. Tivemos participantes eliminados por portarem celulares, ausentarem-se antes do horário permitido, utilizar impressos ou não atender fiscais --- disse Camilo.

O ministro também citou que houve 25 ocorrências de falta de energia, mas ressaltou que foram problemas pontuais. Em Santa Catarina, três escolas não conseguiram realizar as provas por problemas envolvendo eventos climáticos. Os alunos poderão realizar em dezembro.

Ao fazer o balanço, Camilo destacou cidades que liberaram as catracas do transporte público para que estudantes pudessem se deslocar até os locais de provas. Ele pediu que a medida seja repetida no domingo que vem, quando haverá a segunda prova.

— Alguns estados tiveram gratuidade e alguns reduziram. Quero agradecer aos governadores que fizeram isso e peço que repitam isso no próximo domingo.

Os dados apresentados no primeiro balanço da aplicação são preliminares. Os números definitivos serão divulgados junto com o resultado final, em 16 de janeiro de 2024.

Entre os dados, o ministro citou o aumento na procura de estudantes no exame.

— Esse ano foi um ano que conseguimos reverter um pouco a tendência decrescente do Enem. Tivemos cerca de 500 mil inscritos a mais comparado a 2022. É um esforço do governo para que os jovens realizem o Enem. Mais de 60% dos inscritos são mulheres e a maioria dos inscritos é do nordeste.


Os participantes realizaram provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, além da redação, com o tema "Desafios para o encerramento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil". O exame continuará no próximo domingo, 12 de novembro, quando será a vez de resolver itens de ciências da natureza e suas tecnologias, e matemática e suas tecnologias. O Inep divulgará os gabaritos até o dia 15 deste mês, conforme previsto no edital.

Entre as novidades do exame neste ano, Santana citou as imagens coloridas, os cartões-resposta e folha de redação ampliados para pessoas com deficiências visuais. O ministro também afirmou que não houve nenhum tipo de interferência do governo no conteúdo do Enem.

Pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi à sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do Enem. O presidente destacou o aumento das inscrições para o Enem e destacou a participação das mulheres, maioria entre os inscritos na prova de 2023.


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