Educação
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O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022 mostra que a aprendizagem dos estudantes brasileiros se manteve baixa e estável desde 2009. Isso deixou o país entre os 20 piores do mundo em Matemática e Ciências. Já em Leitura ficou entre os 30 piores.

Os exames foram aplicados entre abril e maio do ano passado em 606 escolas brasileiras de 420 municípios, nas 27 unidades da Federação, com pouco mais de 14 mil jovens selecionados para participar. Os resultados foram liberados na manhã desta terça-feira.

Nesta edição, os países da OCDE registraram uma queda histórica de 15 pontos em Matemática e dez em Leitura. De acordo com os relatórios da instituição, em duas décadas de avaliações do Pisa, nunca houve uma variação maior do que quatro e cinco pontos, respectivamente.

"A Covid-19 pareceria ser um fator óbvio. No entanto, observe os dados mais de perto. A análise das tendências dos resultados do Pisa antes de 2018 revela que o desempenho em Leitura e Ciências começou a diminuir muito antes da pandemia. Nessas disciplinas, o desempenho atingiu o pico em 2012 e 2009, respectivamente, antes de cair. Isto indica que questões de longo prazo também estão em jogo", afirmou o relatório da OCDE.

Nota do Brasil em 2022:

  • Matemática: 379
  • Leitura: 410
  • Ciências: 403

Nota do Brasil em 2018:

  • Matemática: 384
  • Leitura: 413
  • Ciências: 404

De acordo com a análise da OCDE, essas pequenas variações das notas brasileiras não são estatisticamente significativas. O que significa que elas se mantiveram estáveis — tendência observada pela OCDE desde 2009. Com isso, o Brasil ocupa a 65ª posição em Matemática, 52ª em Leitura e 62ª em Ciências entre os 81 participantes desse ano.

Na avaliação de João Marcelo Borges, gerente de pesquisa e inovação do Instituto Unibanco, a estabilidade do Brasil durante a pandemia tem pouca relação com uma suposta resiliência do país frente aos desafios da crise sanitária.

— O nosso é um sistema de baixo desempenho e é dificil cair muito de onde estamos — afirmou.

Em 2018, o Brasil ocupou piores posições — 71º em Matemática, 57º em Leitura e 64º em Ciências. No entanto, essa melhora se deu especialmente porque seis participantes que estavam a frente do Brasil não tiveram notas neste ano. É o caso, por exemplo, do Líbano e da Bósnia.

Novos países foram incluídos na avaliação em 2022, mas eles tiveram desempenho, em geral, piores do que o Brasil. É o caso do Paraguai, da Palestina e de Camboja, que registrou os piores índices de aprendizagem entre os 81 participantes.

Outro dado preocupante é o volume de estudantes que não conseguiu atingir o que a OCDE considera um patamar mínimo de aprendizagem para a idade (entenda aqui). Assim como em 2018, o pior desempenho em 2022 neste quesito voltou a ser em Matemática, com o agravamento de um aumento de cinco pontos percentuais.

No Brasil, em 2022:

  • 73% não alcançaram o patamar mínimo em Matemática.
  • 50% não alcançaram o patamar mínimo em Leitura.
  • 55% não alcançaram o patamar mínimo em Ciências.

Já a média da OCDE é de:

  • 31% em Matemática.
  • 26% em Leitura.
  • 24% em Ciências.

Em 2018, no Brasil:

  • 68,2% não alcançaram o patamar mínimo em Matemática.
  • 50% não alcançaram o patamar mínimo em Leitura.
  • 55% não alcançaram o patamar mínimo em Ciências.

Já a média da OCDE era de:

  • 24% em Matemática.
  • 22,6% em Leitura.
  • 21% em Ciências.

Desempenho internacional

Na América do Sul, o melhor desempenho continua sendo os dos estudantes chilenos, com 412 pontos (52ª posição entre os participantes) em Matemática, 448 (37ª) em Leitura e 444 (43ª) em Ciências. Já o Paraguai, que participou do teste pela primeira vez, apareceu com o menor índice de aprendizagem do continente: 338 (79ª), 373 (68ª) e 368 (74ª), respectivamente.

Estão tecnicamente empatados com o Brasil, Colômbia e Argentina, em Matemática; Colômbia e Peru; em Leitura; e Peru e Argentina, em Ciências.

Já a liderança internacional ficou com Singapura, uma pequena ilha de cinco milhões habitantes no Sudeste asiático. O país tem um único instituto de formação de professores com um rigoroso processo de seleção no qual só um a cada oito candidatos é aceito. Com isso, conseguiu 575, 543 e 561 pontos em Matemática, Leitura e Ciência.

Veja a evolução dos dez primeiros colocados ao longo do tempo:

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